De repente aquela pele luminosa, hidratada e com toque macio é substituída por uma sensação frequente de estiramento e aspereza. Sim, sua pele está ressecada. E embora isso possa parecer “apenas” um problema “estético”, a desidratação pode influenciar em uma das principais funções da pele: a de barreira protetora.
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“Uma das funções da pele é de barreira, camada protetora do nosso corpo. Tecnicamente falando, essa camada protetora é chamada de estrato córneo, a camada mais externa da epiderme, que serve como um anteparo, evitando contaminações do meio externo com o interno. Mas muitos hábitos de vida, incluindo uso de produtos inadequados, má alimentação e estresse, interferem na barreira da pele, enfraquecendo as células e sua coesão, o que nos torna mais suscetíveis”, explica a dermatologista Dra. Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. “Muitas pessoas têm percebido irritações e inflamações constantes na pele”, completa a médica.
Segundo a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, os principais fatores que podem provocar desidratação são externos: temperaturas frias, climas secos, luz solar ultravioleta, banhos muito quentes e muito demorados, uso de sabonete e buchas durante o banho (por removerem a camada lipídica protetora da pele). “Mas outra causa bastante comum é a baixa ingestão de água. O risco de pele seca ou desidratada aumenta com a idade. Além disso, a genética pode influenciar a qualidade de hidratação da pele”, esclarece.
Outro ponto de influência é a alimentação. Isso por que alguns alimentos podem contribuir para o ressecamento da pele. “Os sucos de frutas, por exemplo, mesmo sendo 100% naturais, têm uma concentração muito alta de açúcares. Esses açúcares tiram água do organismo para serem transformados em energia. Dessa forma, a hidratação da pele fica prejudicada. As bebidas alcoólicas também levam à desidratação do organismo como um todo, pois a água na circulação é utilizada para metabolizar o álcool ingerido. Carnes ricas em gordura também podem ressecar a pele. Isso porque a gordura em excesso gera radicais livres. Esses radicais livres causam diminuição da produção de colágeno e, consequentemente, desidratação da pele”, explica Paola.
Quando os sintomas de estiramento e aspereza não são tratados, a pele desidratada pode sofrer com descamação, podendo apresentar até mesmo rachaduras (fissuras) e coceira. “A pele seca geralmente coça”, ressalta Paola. Mas, afinal, o que fazer? “Como regra geral, hidratar (pelo menos duas vezes por dia) será sua melhor jogada. Os hidratantes são importantes para melhorar e manter a função de barreira e podem ajudar a prevenir e reparar danos”, defende a médica Cintia. Mas cuidado também o uso frequente de limpadores. “O uso de sabonetes frequentemente retira da pele os seus lipídios naturais (barreira protetora da pele) e sua umidade. O ideal é usar pouco sabonete no corpo. Existem alguns que não são agressivos e não destroem a barreira protetora, ideais para pessoas com a pele seca. Um hidratante adequado deve ser aplicado com frequência, de preferência diariamente. O melhor momento para aplicar o hidratante é quando a pele está limpa e úmida, após o banho”, acrescenta a médica Paola.
É necessário ter um cuidado adicional com os óleos, já que eles não são os salvadores da pátria. “Os óleos lubrificam a pele (por fora), mas não penetram e não hidratam a pele (‘de dentro para fora’). Por isso, para aqueles que gostam de óleos, o ideal é primeiro aplicar um hidratante e aplicar o óleo por cima do hidratante”, sugere.
Segundo Cintia, a maioria das fórmulas de hidratantes contém três categorias de ingredientes: umectantes, que atraem água para a pele; emolientes que suavizam a superfície; e oclusivos, que ficam no topo e selam a umidade. “Tudo isso pode ajudar a criar um ambiente mais saudável no qual a pele pode se reparar melhor. Se você quiser dar um passo adiante, procure hidratantes que listem ingredientes que realmente ajudem a reparar a própria barreira. Os mais comuns são ceramidas e ácidos graxos”, destaca.
A dermatologista Paola enfatiza que a primeira qualidade que um hidratante para pele desidratada deve ter é restaurar a umidade nas camadas superiores da pele e sua barreira lipídica natural. “A ureia e o lactato são fatores de hidratação natural que atraem e retém a umidade no extrato córneo (camada mais superficial da pele). Geralmente, a concentração de ureia deve ser de pelo menos 5-10%. A ceramida-3 é um dos componentes da barreira lipídica da pele. Ela pode ser usada em hidratantes para reparar essa barreira e manter a umidade da pele. O glucoglicerol estimula as aquaporinas da pele e também ajuda a manter a umidade da pele”, exemplifica a médica.
Também é possível ter uma ajudinha de procedimentos feitos em consultório. Um deles é a hidrodermoabrasão do HydraFacial, que é totalmente indolor e menos invasiva para melhorar a saúde e o viço da pele nos consultórios. “O HydraFacial promove melhora instantânea da qualidade da pele graças à patenteada tecnologia Vortex-Fusion®️ presente nas ponteiras, que possui um design espiral exclusivo capaz de gerar um efeito de vórtice que, combinado à tecnologia de sucção a vácuo do equipamento, consegue expelir e remover facilmente as impurezas da pele enquanto fornece soluções hidratantes”, explica a dermatologista Dra. Mônica Aribi, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Ou seja, a pele é “purificada”, higienizada e hidratada. “Os protocolos do HydraFacial podem ser completamente personalizados para atender às características e necessidades específicas de cada tipo de pele”, finaliza Mônica.