Ninguém está imune à poluição, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) em um alerta recente. Os níveis de poluentes estão tão altos que 99% da população respira ar que excede os limites de qualidade definidos pelo órgão. Paralelamente a isso, é cada vez mais comum encontrar no rótulo dos cosméticos o claim (apelo de marketing) “antipoluição” ou então verificar que a ação do produto se dá na limpeza de “resíduos e poluentes”. Por que será que esse apelo invadiu o rótulo dos cosméticos? “Diversos estudos epidemiológicos mostram um impacto da poluição na pele, principalmente por conta de partículas e micropartículas que causam diversos danos e inflamação. Esses processos podem levar ao aumento de doenças cutâneas inflamatórias como acne, dermatites e psoríase, degradação do colágeno e envelhecimento da pele. O sabonete comum consegue eliminar as partículas maiores de poluição, no entanto as menores são capazes de adentrar os poros e causar danos. Por esse motivo, é fundamental incluir o uso de substâncias antioxidantes e antipoluição na rotina de beleza, especialmente no caso de pessoas que moram em grandes centros urbanos, metrópoles e megalópoles”, destaca a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Rugas, manchas, olheiras e flacidez são só mais alguns dos problemas que os poluentes podem causar.
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Um grande problema mundial tem sido encontrar um meio de evitar as micropartículas. Elas assustam pelo tamanho. Uma das mais conhecidas é o PM 2.5, um material particulado de 2,5 micrômetros, algo realmente muito pequeno, cem vezes menor que um fio de cabelo. No entanto, seu potencial irritativo para a pele é gigante: ela contém fortes agentes que se depositam na pele, causando danos à barreira cutânea, formação de radicais livres e envelhecimento celular. “Esse micropoluente proveniente de diversas fontes, inclusive dos combustíveis, fumaças, indústrias e queimadas, gera a produção de radicais livres de carbono, de nitrogênio e de oxigênio, todos danosos à pele”, conta Paola.
Os claims atuais dos cosméticos antipoluição não são exagerados. Demaquilantes, sabonetes, águas micelares, cleasing oils estão entre os produtos que usam e abusam desse conceito. A ideia é que eles façam uma “varredura” na pele, eliminando os poluentes aderidos à superfície do tecido cutâneo. O cleasing oil, por exemplo, é feito à base de óleos e remove profundamente as impurezas da pele, sem prejudicar a barreira cutânea natural, segundo Maria Eugênia Ayres, gestora técnica da Biotec Dermocosméticos. “Outra vantagem é que o cosmético também pode substituir os demaquilantes tradicionais, reduzindo as etapas do skincare. Para utilizá-lo basta aplicar o óleo nas mãos e aquecê-lo, esfregando uma palma na outra. Massageie o rosto suavemente, até a maquiagem derreter. Utilizar discos de algodão para retirada do produto ou lavar o rosto com água e sabonete.
Para limpar efetivamente a pele, a médica diz que é importante usar esfoliantes e tônicos (lembrando que a frequência varia de paciente para paciente). “Essas etapas somam-se à limpeza e podem ajudar a reduzir a adesão dos poluentes”, diz a dermatologista.
Os hidratantes, cremes e séruns antioxidantes e pró-idade também oferecem o benefício, mas com ação focada na reparação dos danos internos. O foco é agir contra moléculas reativas. “Com relação aos antioxidantes, sua atuação clássica é combater o excesso de radicais livres – e isso é interessante para impedir os danos da poluição. São exemplos de antioxidantes clássicos a vitamina C, vitamina E, Resveratrol, Niacinamida (Vitamina B3) e Ácido Ferúlico”, diz Paola.
Os cosméticos com ativos antipoluição – sim, eles existem – podem ter diversos mecanismos, geralmente de reparação, e algumas substâncias são incorporadas a filtros solares, justamente porque ajudam a formam um filme de proteção sobre a pele, impedindo a penetração das micropartículas, explica a dermatologista. Um exemplo é o ativo antipoluição Exo-P, um polissacarídeo altamente purificado de um micro-organismo da Polinésia Francesa e que pode ser manipulado em sabonete, espuma, fluido de limpeza, cremes e séruns anti-idade ou antioxidantes. “Exo-P é um antipoluente que reduz a adesão das PM 2.5, além de ‘sequestrar’ metais pesados. Além disso, o ativo reduz a atividade dos radicais livres, protege a pele e a integridade celular contra os poluentes, inclusive fumaça de cigarro”, explica Maria Eugênia. A concentração de 1% do ativo é suficiente, com uso preferencialmente noturno ou conforme orientação médica.
A área dos olhos, com a pele mais fina do corpo, pobre em oleosidade natural e colágeno, também sofre com os poluentes. Cremes específicos devem ser usados na região, segundo Ludmila Bonelli, cosmiatra, especialista em dermatocosmética e diretora científica da Be Belle.
O uso de cremes de tratamentos pró-idade e antipoluição pode ser feito duas vezes ao dia, assim como a limpeza da pele. “Nas clínicas, os procedimentos de limpeza de pele e microdermoabrasão podem ser feitos, desde que indicados pelo médico”, comenta a médica.
Uma novidade para varredura dos micropoluentes é conseguida pela novidade HydraFacial, que acaba de chegar ao Brasil. “O procedimento de hidrodermoabrasão é realizado em (pelo menos) 30 minutos, com (pelo menos) 3 etapas, suficientes para conferir a melhor pele da sua vida. O equipamento conta com a exclusiva e patenteada tecnologia Vortex-Fusion®️, que gera um efeito de vórtice para expelir e remover facilmente as impurezas da pele enquanto confere hidratação, o que é o principal ponto para diferenciar a experiência de uma microdermoabrasão ou limpeza de pele – que cutuca, lesiona e faz a pele arder. Hydrafacial, pelo contrário, não machuca, não resseca, não tem tempo de inatividade. É um procedimento completamente indolor, que garante uma pele mais saudável, hidratada, com mais viço e um toque macio e suave”, afirma a dermatologista Dra. Ana Macedo, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
“O procedimento não utiliza instrumentos que cortem ou a penetrem fisicamente no tecido cutâneo, pelo contrário, atua eliminando as células mortas ao mesmo tempo que limpa, hidrata e repõe os antioxidantes essenciais que a nossa pele necessita, promovendo a sua restauração natural. Esse não é um tratamento facial típico que só funciona do lado de fora. HydraFacial promove verdadeiramente a restauração natural da pele, permitindo que ela fique higienizada, purificada e hidratada, sem causar irritação”, explica a hydrafacialista Fernanda Ruiz.
Sessões mensais são indicadas para manter os resultados e continuar a promover a restauração natural – e saúde – da pele. Enquanto não encontramos um antídoto para completa eliminação dos poluentes da atmosfera, ainda há o que fazer para proteger a saúde e a imunidade do maior órgão do corpo, a pele.