Beleza

Especialistas explicam quando creme pró-idade deve começar a ser usado

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Foto: Divulgação

É difícil determinar em que momento da vida olhamos no espelho e percebemos que algo mudou. Na verdade, por volta da nossa terceira década, conseguimos notar melhor essa diferença quando observamos fotos antigas – e inevitavelmente vem à cabeça pensamentos do tipo “nossa, como minha pele era lisinha e firme”. Subsequentemente, percebemos uma nuvem de pensamentos carregados que parecem causar uma verdadeira tempestade de arrependimentos sobre os cuidados pró-idade com a pele. É esse o momento em que devemos começar a usar dermocosméticos para essa função? Ou era melhor ter começado antes? Quando, afinal? 

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“O tratamento e os cuidados pró-idade devem ser realizados sempre de forma prévia. Ou seja, ainda com a pele jovem, e de preferência sempre com o uso de ativos protetores solares e produtos antioxidantes na nossa rotina diária. O início do uso irá depender principalmente da genética e da exposição solar que a sua pele sofreu ao longo da vida, mas esses cuidados devem ser iniciados ainda na juventude por volta dos 25 e 30 anos de idade, que é a faixa etária classificada em que começamos a diminuir a nossa produção natural de colágeno e das proteínas precursoras do colágeno”, explica Maria Eugênia Ayres, farmacêutica e gestora técnica da Biotec Dermocosméticos. 

“Nessa idade, se inicia a perda de colágeno da pele, há diminuição da produção de ácido hialurônico, perda da elasticidade e firmeza, ocorre o aparecimento das primeiras linhas de expressão, ou seja, se inicia o envelhecimento cutâneo. Mas é fundamental deixar claro que precisamos cuidar da pele sempre, desde a infância. O cuidado básico inclui limpeza, hidratação e fotoproteção”, acrescenta a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Essas três etapas são importantes desde sempre, mas ao longo da vida os ativos utilizados e o veículo cosmético (gel, creme, sérum) podem ser melhor adequados às necessidades. “A limpeza da pele é fundamental para que ela esteja em estado adequado de funcionamento. Ela contribui para a remoção da maquiagem, secreções cutâneas naturais e microrganismos. Há estudos que revelam que na pele suja há produção aumentada de radicais livres, o que aceleraria o processo de fotoenvelhecimento. Em seguida, a hidratação tem o papel primordial de manter o conteúdo de água na epiderme e a barreira epidérmica em perfeito estado. A barreira cutânea promove proteção mecânica e permeação seletiva de moléculas, além de restringir a proliferação de microrganismos patogênicos e manter uma adequada concentração de água. E o protetor solar é fundamental, pois a exposição aguda exacerbada à radiação solar causa queimaduras na pele, mas também deprime o sistema imunológico, predispondo a infecções como o herpes simples; já a exposição crônica à radiação solar é o principal fator de risco para o câncer de pele e lesões pré-malignas. Essa exposição de anos acelera o envelhecimento da pele, causando manchas e flacidez”, explica o dermatologista Dr. Daniel Cassiano, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e professor de dermatologia do curso de medicina da Universidade São Camilo.

Entendendo o envelhecimento

Voltando ao envelhecimento, é necessário entender que ele acontece basicamente de duas maneiras: de forma intrínseca (genética e anos de vida) e de forma extrínseca (fatores externos/ambientais que interagem com a pele). “O envelhecimento intrínseco ou cronológico, ocorre com o passar dos anos, independente do ambiente. A pele passa a ter menos colágeno, elastina, ácido hialurônico, fica mais fina e mais flácida e passa a apresentar rugas. As glândulas sudoríparas passam a ter menor atividade e a pele fica mais seca. Além disso, a diminuição da microcirculação torna a pele menos ‘viçosa’. O movimento constante da face (pela nossa mímica) marca a nossa epiderme, são as rugas de expressão. Essas rugas pioram com a idade (a pele tem menos colágeno e sofreu a contração facial mais vezes)”, explica a Dra. Paola. 

“Já o envelhecimento causado por fatores ambientais está ligado à exposição solar ou à produção de radicais livres como tabagismo, bebida alcóolica e estresse. O fotoenvelhecimento causado pela radiação ultravioleta, diferente do que a maioria das pessoas imaginam, não causa apenas manchas, mas também leva à destruição das fibras de colágeno, tornando essa pele mais áspera, mais flácida, com rugas mais profundas e manchas”, diz a dermatologista.

O que usar?

Segundo a dermatologista, como forma de prevenção, os hidratantes devem conter antioxidantes e estimuladores da produção de colágeno. “Se o paciente tiver manchas, o uso de despigmentantes e renovadores celulares são bem-vindos, mas sempre orientados pelo dermatologista. Além disso, a proteção solar diária é indispensável, no mínimo FPS 30, com ou sem cor. Se a pessoa apresentar manchas, o ideal é que o protetor solar tenha cor de base”, explica a Dra. Paola.

Maria Eugênia concorda com a associação dos protetores solares comuns com ativos antirradicais livres, os chamados antioxidantes. “Estes vão auxiliar na manutenção de uma pele saudável, aliados ao efeito da proteção solar”, explica. “Indico o uso de Alistin®, um antioxidante universal, que age protegendo a membrana celular da oxidação e interrompendo a propagação da atividade dos radicais livres, além de possuir ação antiglicante, diminuindo assim a formação de produtos de glicação avançada (AGEs) e protegendo o DNA em nível celular”, explica a farmacêutica. 

“Principalmente para pacientes com melasma, é fundamental associar o tratamento a inibidores da luz visível, visto que este tipo de luz estimula a produção exacerbada de melanina na pele e tem um impacto negativo sobre o melasma. Para este tipo de ação, indico o uso de Pro Shield MDC®; extraído do café torrado, esse sucrapeptídeo vegetal 100% natural rico em melonoidinas, promove proteção contra a poluição digital e os malefícios da luz azul como as irritações cutânea, a aparição de manchas e sensibilidade. O ativo ainda age contra as manchas, inflamações e envelhecimento cutâneo, além de proteger contra o aumento do risco de distúrbio do ciclo circadiano”, diz a farmacêutica. 

“Para a rotina noturna, indico o uso de Ascorbosilane C®, uma vitamina C extremamente estável que é associada ao silício orgânico, o que possibilita que o ativo permeie as camadas mais profundas da pele e tenha uma ação mais efetiva e com menor chance de oxidação deste ativo na superfície cutânea, promovendo ação antioxidante e anti-idade de primeira linha”, completa.

Ativos como Resveratrol, vitamina B3 e Ácido Ferúlico também podem ser usados, segundo a Dra. Paola. Esses antioxidantes podem ser encontrados em uma série de cosméticos disponíveis no mercado. 

Repor ácido hialurônico também faz parte dessa etapa. “O Ácido Hialurônico é, na verdade, uma substância produzida naturalmente pelo organismo que tem como função preencher, hidratar e conferir firmeza à pele. O problema é que a produção dessa substância tende a diminuir com o envelhecimento, favorecendo assim o ressecamento e o surgimento de sinais da idade, como rugas e flacidez”, explica Ludmila Bonelli, cosmiatra, especialista em dermatocosmética e diretora científica da Be Belle. Por isso, é importante investir em cosméticos capazes de repor o Ácido Hialurônico perdido.

O que fazer?

Mas o skincare não é tudo. Suplementos e procedimentos também entram em cena para prevenir o envelhecimento. “Indico também o uso de alguns suplementos, visto que eles agem de dentro para fora promovendo estímulo ao colágeno, atuando como antioxidantes, antiglicante (revertendo efeito do açúcar na pele), anti-inflamatórios e nutritivos. Podemos indicar InCell para nutrição celular, Exsynutriment para estímulo das proteínas de sustentação, FC Oral para efeito anti-inflamatório e Glycoxil para evitar a degradação do colágeno pelo excesso de açúcar e carboidratos”, sugere Maria Eugênia.

Procedimentos também podem ser indicados, com opções mais brandas nessa faixa etária, com foco ainda em prevenção. A hidrodermoabrasão do HydraFacial pode ser uma aliada importante. “O HydraFacial promove melhora instantânea da qualidade da pele, auxiliando na  uniformização do tom e da textura e no aumento da firmeza, viço, maciez e brilho da pele graças à patenteada tecnologia Vortex-Fusion®️ presente nas ponteiras, que possui um design espiral exclusivo capaz de gerar um efeito de vórtice que, combinado a tecnologia de sucção a vácuo do equipamento, consegue expelir e remover facilmente as impurezas da pele enquanto fornece soluções hidratantes”, explica a dermatologista Dra. Mônica Aribi, membro da SBD e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. No protocolo Deluxe HydraFacial, a experiência-base de três etapas pode ser complementada com boosters projetados para atender a diferentes necessidades da pele, sendo aplicados com a ponteira transparente logo após a extração. 

“Os boosters possuem formulações exclusivas pensadas para auxiliar no combate a diferentes alterações da pele, como ressecamento, manchas, rugas e linhas finas. O booster Britenol, por exemplo, conta com vitamina C e Alfa-Arbutin para promover clareamento de manchas e conferir luminosidade. Já o booster Nassif MD é um poderoso hidratante indicado para peles maduras e desidratadas que conta com ingredientes como ácido hialurônico e betaína para restaurar a maciez e o brilho do tecido cutâneo. Por fim, o booster Dermabuilder é rico em peptídeos capazes de reduzir linhas finas e melhorar a elasticidade da pele”, explica a hydrafacialista Fernanda Ruiz.

Com o passar do tempo, o tratamento deve ser lapidado, já que, nas décadas seguintes, é comum perder também os compartimentos de gordura da pele, o que afeta o volume facial. “A perda de gordura na face também leva ao aparecimento de mais rugas, pois a pele não tem capacidade para se retrair quando perde o que está debaixo de si, e quanto mais idade a pessoa tem, pior é a capacidade de recuperação. As rugas podem aparecer ou ficar ainda mais pronunciadas se já existiam”, argumenta o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Nesses casos, os preenchedores, segundo o médico, acabam surtindo bons efeitos. “No caso das demarcações mais profundas, quando são muitas, a cirurgia das rugas, ou ritidoplastia, pode trazer mais resultados”, diz o cirurgião.

Mas, de qualquer forma, é fundamental consultar um médico, que prescreverá uma rotina de tratamentos e cuidados com os ingredientes específicos de acordo com o que sua pele precisa.

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