Muito antes do desenvolvimento de qualquer pesquisa ou estudo na área, a essencialidade das refeições para a sobrevivência humana já era conhecida. Mas o que muitos ainda não sabem é que essa atividade diária e tão natural não é responsável somente pela nutrição do corpo, mas também é capaz de alimentar o psicológico.
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Parece loucura, mas a ciência é capaz de explicar. O simples ato de ingerir certos tipos de alimentos faz com que o corpo libere substâncias químicas que estimulam emoções ou sensações específicas no cérebro. O contrário também é recíproco. O estado emocional também consegue influenciar no desejo e no apetite, principalmente quando vivenciamos sentimentos extremos.
Quem nunca passou por um período de muita tristeza e não conseguiu comer, por mais que tentasse e por mais gostosa que a refeição estivesse? Ou, então, quem nunca experimentou momentos de felicidade, euforia ou adrenalina tão grandes que até esqueceu que estava há horas sem comer e só sentiu uma tremenda fome ao passar toda a agitação?
Essas experiências, assim como aquele frio na barriga quando estamos nervosos ou ansiosos, acontecem porque o estômago está conectado com o cérebro, por meio do nervo vago, o maior nervo craniano, que vai até a medula espinhal. Além disso, o estômago e o intestino possuem as próprias terminações nervosas no chamado Sistema Nervoso Entérico (SNE), também conhecido como segundo cérebro.
De acordo com o presidente do departamento de anatomia e biologia celular da Universidade de Columbia, Dr. Michael D. Gershon, o sistema gastrointestinal é encarregado pela produção de 95% da serotonina e 50% da dopamina. Mas, além desses neurotransmissores, os alimentos também podem aumentar o nível de endorfina e ocitocina, substâncias que liberam sensações como o prazer e o bem-estar.
No geral, alimentos ricos em gordura e açúcar são os que mais ativam o ciclo de recompensa no cérebro, responsável pela liberação de um pico de bem-estar temporário para o organismo, mas é preciso ter cuidado para não ceder sempre ao impulso, especialmente aqueles que enfrentam períodos de desequilíbrio emocional.
No entanto, também é possível estimular os prazeres alimentares, a partir do consumo frequente de nutrientes presentes em uma refeição saudável, equilibrada e regular, como aminoácido triptofano, ácido fólico, ácidos graxos, carboidratos, cálcio, magnésio, potássio, selênio, vitamina C e complexo B, entre outros.
Na dúvida, conte sempre com a ajuda de um nutricionista para saber quais são as alternativas mais indicadas para o seu corpo. Afinal, durante o curso de nutrição, esses profissionais são orientados em relação aos benefícios e efeitos que cada tipo de alimento pode reproduzir no corpo humano.