Seguimos sem data para retirar as máscaras. E por conta delas, o olhar é o nosso maior destaque – e também nossa maior representação das emoções. Mas devemos cuidar bem da região, pois algumas alterações estéticas dão sinais que não representam nossos reais sentimentos.
“Enquanto as rugas deixam a aparência mais triste, as olheiras dão um ar de cansaço. A pele ao redor dos olhos é uma das mais finas e sensíveis do corpo. Também está entre as primeiras a revelar sinais de envelhecimento precoce, como linhas finas, flacidez, rugas e olheiras”, explica a Dra. Roberta Padovan, médica pós-graduada em dermatologia e medicina estética. “A pele da área dos olhos não tem tantas glândulas sebáceas e colágeno quanto o resto do seu rosto e corpo, tornando-a mais propensa a secar e desenvolver sinais de envelhecimento. Um estudo publicado no periódico Clinical Anatomy concluiu que as áreas da pele com menos glândulas sebáceas (que produzem oleosidade) são menos densas e mais sujeitas a rugas, razão pela qual os pés de galinha são um problema tão grande nessa região”, acrescenta.
Você já deve ter procurado na farmácia, mas às vezes, uma solução sem receita simplesmente não resolve. Felizmente, existem soluções mais poderosas disponíveis no consultório médico. Aqui estão alguns procedimentos e tratamentos sobre os quais você deve perguntar:
1. Injetáveis – De acordo com um artigo publicado em janeiro de 2015 na Clinics in Plastic Surgery, a injeção de uma pequena quantidade de ácido hialurônico, um preenchedor comum, pode preencher o pequeno sulco próximo à cavidade lacrimal. “Como a pele da região é muito fina, como a pesquisa mostrou, esse procedimento deve ser feito por um profissional qualificado. Para pessoas entre 20 e 40 anos, as olheiras reagem muito bem a esse tratamento”, diz a médica. “Os tratamentos injetáveis de ácido hialurônico têm a função de preencher e reestabelecer a estrutura desta região das pálpebras inferiores quando o paciente começa a perder a sustentação. É uma ótima opção para quem sofre com a hiperpigmentação da região, restaurando o volume da pálpebra inferior e reduzindo a coloração”, afirma o Dr. Paolo Rubez, cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Ao preencher esse espaço, ele muda a forma como a luz é refletida nessa área, fazendo com que os olhos pareçam cada vez mais claros. Com um anestésico tópico, as injeções produzem o mínimo de dor e duram de 9 a 12 meses.
Uma novidade para o tratamento completo da região é o Lit Eyes. “O procedimento dois em um combina a toxina botulínica com o hidratante injetável skinbooster para ‘abrir’ o olhar, promovendo efeito pró-idade completo, com melhora da pálpebra superior caída (flacidez), hidratação, olheiras, linhas finas e rugas pés-de-galinha”, explica o Dr. Mário Farinazzo, cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O procedimento é indicado para pacientes que sofrem com os primeiros sinais do envelhecimento, como olheiras estruturais, pálpebra caída e linhas finas na região. O procedimento ainda melhora a elasticidade e qualidade da pele. “Enquanto a toxina relaxa a musculatura na região ao redor dos olhos, ajudando a abrir o olhar, o skinbooster utiliza um ácido hialurônico bem ‘fininho’, com uma densidade pequena, para principalmente hidratar, mas também favorecer a reestruturação da derme, deixar a pele mais firme e estimular o colágeno da mesma região, prevenindo o aparecimento de novos ‘pés de galinha’ e melhorando a qualidade da pele”, diz Farinazzo.
“Como o ácido hialurônico atrai água, há um duplo efeito: da estruturação pela própria presença do ácido hialurônico, que é o principal ‘tijolo’ que dá estrutura à pele, e a hidratação pela atração da água”, acrescenta.
Uma abordagem diferente pode ser garantida para pessoas na casa dos 45 anos, diz Roberta. “Frequentemente, ocorrem alterações ósseas, bem como escorregamento de almofadas de gordura profundas devido à perda de gordura e colágeno, que servem de suporte para a área”, diz a médica.
Para tratar essas alterações, a lipoenxertia pode ser indicada. “Nesse caso, utilizamos a gordura do próprio corpo para rejuvenescer a pele, então, a técnica é biocompatível e não há os riscos de rejeição. E, mesmo sabendo que cerca de 50% do material enxertado pode ser absorvido pelo organismo, a quantidade restante é repleta de células-tronco capazes de melhorar a qualidade e o aspecto da pele”, afirma Rubez. “O primeiro passo é retirar a gordura de outra região, que pode ser dos culotes, partes internas ou externas das coxas, costas ou abdômen – sendo que esta última área é a mais comum. O procedimento é feito através de uma cânula que fará a lipoaspiração do material, levando-o para um recipiente separado. Nele, o médico eliminará partes desnecessárias para que a gordura fique limpa e pronta para ser enxertada no local desejado”, afirma o médico. Logo após, a gordura é injetada na região facial com o objetivo de trazer efeito volumizador, tratando problemas como olheiras profundas.
2. Tratamento a laser – Para linhas finas ou olheiras, experimente um tratamento a laser. “Existem tecnologias não ablativas que aquecem as camadas mais profundas da derme sem danificar a superfície da pele e melhoram vários sinais de envelhecimento de uma só vez, usando o calor direcionado para desencadear uma resposta de tratamento da pele enrugada”, diz a médica Roberta. “Essa resposta estimula a produção de colágeno, o que ajuda a firmar a pele ao longo do tempo. Os lasers não apenas reduzem as linhas, mas também melhoram a aparência das olheiras, manchas escuras e textura”, explica.
Um avanço em lasers é a tecnologia de picossegundos Pico Ultra 300. Diferente de praticamente tudo que existe no mercado, por não ter uma reação fototérmica e sim fotoacústica, o laser é ultrarrápido. Dessa forma, o tratamento pode clarear manchas e olheiras e, também, rejuvenescer. “Tradicionalmente, os lasers funcionam assim: a energia luminosa do laser chega até as camadas superficiais de pele e, quando atinge o seu alvo, é convertida em calor, em uma reação fototérmica. Já o laser de picossegundos não: é uma reação fotoacústica, porque o tempo de exposição é tão curto, que não transfere calor, não dá tempo. Apenas fragmenta o alvo em micropartículas que são absorvidas”, explica o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr..“Após cada tratamento, a pele fica no máximo um pouco avermelhada, não apresenta edema e o paciente pode até voltar ao trabalho imediatamente. Não tem dor”, destaca.
3. Tecnologia de plasma frio – A novidade é um plasma endodérmico de baixa temperatura, um procedimento que combate rugas, perda de colágeno e flacidez, além de melhorar a textura da pele. Tudo isso principalmente na área dos olhos. “À medida que envelhecemos, a camada dérmica de nossa pele se afina, produzimos menos colágeno e perdemos elasticidade. Todos esses fatores produzem flacidez e enrugamento da pele. O plasma converte energia elétrica em estado gasoso e transmite esse gás energizado de uma forma sem contato para a superfície da pele. O primeiro resultado é a contração imediata do tecido”, explica a dermatologista Dra. Rossana Vasconcelos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Isso causa um microtrauma na camada epidérmica da pele (camadas superiores), enquanto simultaneamente aquece e perturba a estrutura dérmica mais profunda por meio de condução térmica. Este tratamento também ativa os fibroblastos, células mais comuns do tecido conjuntivo do corpo que produzem colágeno. Há, então um grande estímulo para remodelação das fibras de colágeno, o que rejuvenesce a pele”, acrescenta a Rossana. O tratamento é realizado com aplicação tópica ou infiltrativa de anestético e são necessárias, no geral, duas a três sessões.
4. Cirurgia de Blefaroplastia – “Com a perda de colágeno com o envelhecimento da pele, a camada de gordura ao redor do olho pode escorregar, criando uma protuberância que as pessoas percebem como bolsas ao redor dos olhos”, diz Roberta. Indicada para fins estéticos e também funcionais, visto que a flacidez excessiva das pálpebras pode atrapalhar a visão de algumas pessoas, a cirurgia de blefaroplastia tem como objetivo rejuvenescer a área periorbital por meio da retirada do excesso de pele e bolsas de gordura presentes nas pálpebras superiores e inferiores, com a possibilidade do reposicionamento dessas estruturas ou preenchimento de sulcos na região quando o médico julgar necessário. “Em alguns pacientes pode ser realizada também enxertia de gordura para preencher a perda dos tecidos locais, visto que o resultado da cirurgia se torna mais natural quando há certo volume de tecido ao redor dos olhos”, afirma Rubez. “Feito sob anestesia local com sedação ou geral, a cirurgia, que dura entre uma e duas horas, também pode ser realizada em conjunto ao lifting do terço superior da face, quando o excesso de tecido nas pálpebras é causado também pela queda dos supercílios”. De acordo com o especialista, a recuperação do procedimento é tranquila e indolor, sendo que nos primeiros dias após a cirurgia o paciente pode apresentar inchaço e hematomas no local, sintomas que se resolvem dentro de algumas semanas e podem ser aliviados com a ajuda de repouso e compressas frias sobre os olhos. Os cuidados pós-operatórios são semelhantes aos da cirurgia de correção de ptose palpebral e o resultado definitivo é notado em torno de 3 a 6 meses.
A blefaroplastia também pode ser utilizada para combater um outro problema muito comum causado pelo processo de envelhecimento: o surgimento de bolsas embaixo dos olhos. “Conhecido como blefaroplastia inferior, o procedimento visa remover o excesso de pele e gordura que surgem sob os olhos devido ao envelhecimento e conferem um aspecto cansado ao rosto. Dessa forma, a cirurgia elimina as bolsas de gordura, rugas e flacidez, levantando o olhar e rejuvenescendo a região dos olhos”, explica o cirurgião Farinazzo.
Por fim, a Dra. Roberta lembra que maus hábitos de saúde, principalmente o fumo, podem contribuir para problemas sob os olhos. “O consumo excessivo de álcool pode causar bolsas e olheiras, além de afetar a qualidade do seu sono. Por falar em sono, certifique-se de que está dormindo bem entre sete e nove horas recomendadas por noite. Beber bastante água, reduzir o sal na dieta e aumentar o consumo de vegetais folhosos e frutas, ambos alimentos ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes, também é um bom caminho para ajudar a pele dessa região”, finaliza Roberta.
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