É comum dizer por aí que o corpo dá uma desacelerada no metabolismo a partir dos 30 anos. Mas isso é apenas boato ou acontece mesmo? Fernando Medeiros, formado em Educação Física, afirma que esse fenômeno é, sim, real, por conta de uma redução de performance do nosso organismo. Entenda o porquê:
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“É um processo lento, é claro. Não é de uma hora para outra. Mas após os 30 é mais perceptível, principalmente em mulheres”, conta. “Ele acontece porque a nossa taxa de metabolismo basal, que é a quantidade de calorias que precisamos para exercer funções vitais como respirar, pensar, dormir e fazer o sangue circular, por exemplo, é diminuída.”
Na prática, isso significa que fica mais fácil ganhar peso e, por outro lado, emagrecer se torna um desafio maior. O próprio Medeiros, que tem 38 anos, confessa que sentiu um pouco a diferença no metabolismo com o passar da idade.
“A diferença é pequena, mas dá para sentir. Existe uma estimativa de que a desaceleração evolui entre 3% e 8% de a cada dez anos. O que acontece é que a nossa parte psicológica está tão condicionada a achar que após os 30 ou 40 não somos mais ‘jovens’ que isso também nos bloqueia”, explica o especialista.
“A taxa metabólica é um regulador do corpo. Quanto mais baixa, menos calorias você gasta durante o dia. Na maioria dos casos, essa queda de hormônios, como o GH e a testosterona, provoca perda de massa muscular magra.”
A rotina de Medeiros continua a mesma, desde que percebeu a importância do equilíbrio. Ele destaca que não deixa de comer algumas “besteiras” e nem faz exercícios físicos de forma obsessiva só porque o metabolismo está um pouco mais lento.
“O equilíbrio é a fonte da juventude física e psicológica. Eu não me privo de nada, mas entendo que, se em algum dia eu exagerar, nos próximos dias preciso me exercitar, comer alimentos mais leves, de fácil digestão, e beber muita água”, revela.
A saída é se exercitar
Segundo Medeiros, existe um segredo para atenuar a desaceleração do metabolismo: a prática regular de atividade física. O exercício físico orientado por um profissional faz com que nossa massa muscular magra seja mantida ou até mesmo aumentada. “Quanto maior é a nossa massa muscular magra, maior é a nossa taxa metabólica”, afirma.
Não é preciso mudar o estilo de atividade física por conta da idade, a não ser que a pessoa possua algum quadro específico de dores, como dores lombares, por exemplo.
“O exercício físico será sempre bem-vindo independentemente da sua modalidade, mas a musculação é a atividade que proporciona respostas muito rápidas e duradouras no que diz respeito ao aumento de massa muscular. É importante que seja feita pelo menos de duas a três sessões semanais de atividades com pesos”, recomenda.
Além disso, para manter a motivação, pode ser interessante intercalar diferentes tipos de atividade, como corrida, esportes e dança, por exemplo. “Treinos em dupla ou em grupos também ajudam muito a manter-se entusiasmado com os benefícios futuros”, diz. Outra dica é aumentar a ingestão de proteínas. “Um nutricionista poderá ajudar a padronizar as quantidades diárias”, indica.
Uma boa noite de sono também é fundamental, pois quando dormimos, temos um aumento na produção de hormônios anabólicos (que aumentam a massa muscular) e diminuição do cortisol, que é um hormônio de certa forma catabólico (que causa quebra de proteínas).
Quais outras práticas a pessoa pode adotar para ter mais saúde e bem estar físico após os 30 anos? Medeiros é categórico: “Nesse momento, temos que ouvir nosso corpo.”
“É uma fase da vida na qual podem aparecer dores, estresse por conta dos boletos, relacionamento com a família, etc. Esse combo faz as pessoas desistirem da atividade física frequentemente. Por isso, temos que nos cobrar menos, fazer atividades que nos dão prazer e pensar a médio e longo prazo”, completa o profissional.