As Laces Wigs são hoje uma tendência nacional, inspirada nas celebridades internacionais. Essa nova geração de perucas vem ganhando espaço no Brasil principalmente pela acessibilidade e praticidade. É possível mudar de visual com um investimento de a partir de R$ 150 e precisando apenas de alguns minutos, e o mais importante: sem recorrer a profissionais para instalação.
Trazendo essa liberdade que a mulher precisa no dia a dia, o acessório virou o queridinho principalmente entre as mulheres pretas. Para saber um pouco mais sobre o assunto, a profissional Lady, dona da empresa Lady Laces e atuante há 5 anos no mercado, explica.
“A estética do cabelo afro para a mulher negra sempre teve um impacto negativo na construção da autoestima. Geralmente, essas mulheres vêm cansadas de técnicas de alongamento e a busca por um padrão ‘aceito’ pela sociedade, faz com que a grande maioria delas, com o cabelo afro, alisem os fios desde muito cedo. Quantas de nós já ouvimos termos pejorativos, como ‘cabelo ruim’? E quando elas percebem que é possível transformar de forma muito rápida um visual antes impossível de ser alcançado, é uma liberdade. Um gestos simples, como passar as mãos nos fios, jogar uma franja paro o lado, ou fazer um coque desconstruído, para a dona de fios afro, é mais difícil. Manter os cacheado, crespos, alinhado em um corte, ou longos até a cintura, também são desafios. O acessório veio para permitir que ela adote o modelo que quiser, a cor que quiser, transitar entre o liso e o crespo, sem a preocupação com a estrutura do seu próprio fio. E com o custo mais acessível, comparado a outras técnicas de alongamento no mercado. O mercado nacional está mudando, e o padrão da liberdade capilar ‘americana’ vem tornando as usuárias desse acessório mais confortável. O que foi no passado associado a um problema de saúde, hoje já é reconhecida como um acessório de moda, liberdade e empoderamento.”
Junto ao sucesso do acessório, a empresária paulistana descobriu através das suas lives nas redes sociais, que chegaram a alcançar até 2 milhões de pessoas durante a quarentena, que sua marca fazia diferença também na relação da mulher preta com a autoestima e beleza. Com isso, Lady transformou as transmissões ao vivo, que tinham apenas o intuito de vender laces, em um contato direto com o seu público e adaptou o espaço para um bate-papo aberto sobre o empoderamento e a força da mulher.
“O trabalho dentro das lives, com esse público, é muito maior que ‘vender um produto’. A partir dos próprios depoimentos das clientes e entendendo que a lace é capaz de proporcionar na vida de uma mulher, em todos os aspectos: emocional, profissional, sentimental… percebi que eu não vendia cabelo, entregava a elas autoestima, segurança, ferramentas necessárias para que elas conseguissem melhorar outros fatores na sua vida. E de forma muito natural, ali interagimos, compartilhamos nossas dores, reconhecemos nossas fraquezas e nos unimos em busca de nossos progressos e a capacidade de superação. O cabelo tem o poder de levar a autoestima de uma mulher às alturas, mas também pode deixar ela vulnerável emocionalmente. O meu compromisso com elas não é a busca somente pela autoestima disponível nas prateleiras, mas a construção de mulheres fortes, empoderadas e livres. Que entendam que um acessório de beleza somado a outras mudanças a reconstruirão”, diz.