Se tem algo que a pele oleosa, seca, normal e mista experimentam pelo menos uma vez na vida, isso se chama vermelhidão (ou sensibilidade). Todos nós já sofremos com isso, seja pelo uso do retinol e de ácidos, ou um repentino rubor facial como uma reação alimentar. Mas afinal, o que causa a vermelhidão da pele? Convidamos a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e professora-fundadora do Dermacademy MB, para esclarecer esse e outros pontos a respeito da pele irritada, sensível e com vermelhidão:
O que causa vermelhidão na pele?
São dois os motivos principais: a característica da pele sensível e também a rosácea. “Quando a pele é sensível, certos ingredientes do produto podem subitamente se tornar um problema e comprometer a força da barreira da pele e sua capacidade de realizar seu trabalho. Os sintomas da pele sensível incluem: vermelhidão, inflamação, irritação, sensibilidade ou reações alérgicas”, diz a médica. No caso da rosácea, uma doença vascular inflamatória e crônica que deixa a pele sensível, vermelha facilmente, e ainda com vasos finos aparentes, os episódios de inflamação na pele podem se tornar frequentes e até permanentes. Alterações de temperatura, alimentos apimentados e álcool podem ser fatores que desencadeiam a piora da rosácea. Mas além desses dois motivos, ultimamente, a médica enfatiza que tem aparecido nos consultórios muitos pacientes sofrendo com o problema, em uma verdadeira epidemia de pele sensível.
“As características definidoras da pele sensível são vermelhidão, desconforto e inflamação – esta última é a principal marca da sensibilidade da pele. Pode ser uma característica de uma série de diferentes condições da pele, incluindo acne, rosácea e eczema, ou pode estar associada à pele ‘normal’, mas que é exposta a fatores ambientais como radiação e poluição, além de desencadeantes comuns, como certos ingredientes para o cuidado da pele”, afirma a dermatologista. Ou seja, seu creme pode estar envolvido nisso.
Como você pode tratar a pele vermelha com produtos dermocosméticos?
“Procure produtos sem ingredientes nocivos, como fragrâncias, álcool, ftalatos, sulfatos, parabenos que podem irritar a pele sensível. Adicione ingredientes como aloe vera e antioxidantes para acalmar e combater os agressores ambientais. Invista em ativos calmantes como niacinamida, Silicium P (ação calmante) e Lipex Canola UB”, afirma a médica.
Como você pode tratar a pele com a ajuda de um dermatologista?
Existem cremes tópicos de prescrição que podem ajudar a gerenciar condições como a rosácea, e também os lasers que podem ajudar a tratar a vermelhidão ao atingir os vasos sanguíneos superficiais. “As cápsulas também podem ajudar, com o ativo FC Oral, Fosfolipídeos de Caviar, que traz o DHA na sua forma biodisponível, com forte ação anti-inflamatória e atuando como modulador inflamatório. O ativo funciona como um poderoso hidratante de dentro para fora, além de diminuir a vermelhidão.”
Quais produtos devemos evitar?
Além de se afastar dos ingredientes nocivos, a pele sensível precisa de outros cuidados, já que pode ficar ainda mais irritada e vermelha com esfoliantes químicos e físicos. Portanto evite ácidos, alfa-hidroxiácidos e beta-hidroxiácidos. Para áreas sensíveis, você pode minimizar o tempo que o produto entra em contato com a pele ou usar apenas ingredientes para a pele sensível, como óleos ou probióticos e PGT1, peptídeo que age na melhora da imunidade da pele.
Por fim, a médica lembra da importância de perceber se algum alimento não pode estar envolvido no processo. Por exemplo, pacientes com rosácea devem evitar os desencadeantes alimentares e nesse grupo entram várias especiarias, molho picante, chocolate ao leite e branco, frutas cítricas, álcool (incluindo vinho e bebidas destiladas), além de bebidas quentes como café e chá.
“Não significa que o paciente com o paciente com rosácea deve deixar de ingerir todas essas substâncias, mas ele deve ficar de olho, juntamente com o médico, se esses alimentos não influenciam negativamente na vermelhidão da pele e inflamações”, afirma. Os simbióticos, que são probióticos em combinação com prebióticos, podem ajudar no tratamento, desde que orientados por médicos.