Você já ouviu falar em “carbofobia”? Bom, o conceito tem muito a ver com o medo que as pessoas têm dos carboidratos e explica a grande popularidade das dietas low carb, cetogênica etc.
O resultado destas dietas restritas em carboidratos costuma ser bom nos primeiros meses porque ajuda a perder peso, mas segundo a nutricionista Nathalie Lorenzoni, após algum tempo elas começam a ser prejudicial para o intestino, diminui os níveis de energia e aí chega naquele momento em que a balança começa a estagnar.
“O que significa que cortar carboidratos para sempre não é a solução, muito menos a única forma de emagrecer ou se manter saudável. O que engorda, de fato, são os alimentos cheios de açúcar, conservantes e farinha, que estão muito inseridos no padrão de alimentação ocidental”, explica.
Mas carboidrato é importante o tempo todo e aqui não estamos falando dos sucos de caixinha, barrinhas, pães e outras fontes de carboidrato simples. Estes, sim, devem ser evitados em qualquer horário até para a prevenção de doenças. O benefício está nos carbos complexos, ricos em fibras e amido resistente, alimento da natureza.
Ou seja, quando falamos dos carboidratos bons o papo é outro!
Raízes, tubérculos, cereais integrais, leguminosas e frutas são fontes de carboidratos complexos que alimentam nossa microbiota – nossas bactérias intestinais. Essas bactérias quando fermentam as fibras dos alimentos geram os ácidos graxos de cadeia curta, super interessantes pra nossa saúde intestinal. E uma alimentação que a longo prazo é pobre em fibras e em carboidratos complexos gera um desequilíbrio enorme pra esse microbioma, responsável pelo bom funcionamento do nosso metabolismo.
Além disso, esses carboidratos fornecem energia para nossas células, mas sem promover picos de insulina (que é o grande problema dos carboidratos simples).
“A ‘carbofobia’ é ruim porque vilaniza um grupo superimportante de alimentos que são os carboidratos sem distingui-los entre os bons e os ruins.”
Isso se deve à popularização das dietas low carb, cetogênica, paleo, que preconizam uma alimentação com baixa ingestão de carboidrato.
“Acredito que essas podem ser boas estratégias a curto prazo, mas a longo prazo podem ser danosas principalmente para nosso intestino, pois as fibras (advindas de carboidratos complexos), são prebióticas, ou seja, alimentos para nossa microbiota intestinal”, diz a nutricionista.