A maioria das cidades brasileiras está, desde março, em isolamento social em razão da pandemia do novo coronavírus. Algumas cidades do País estão com salões de beleza e casas de depilação de portas fechadas. Quem se depila frequentemente com um profissional precisou se adaptar a outras formas de remoção do pelo, como lâminas, ceras, e até mesmo receitas caseiras para depilação. Contudo, é preciso ter cuidado ao utilizar estes produtos que podem causar problemas à saúde da pele.
“É preciso tomar todo o cuidado ao fazer a remoção dos pelos em casa. A depilação pode causar hipercrominia pós-inflamatória que são alterações na pigmentação da pele, causadas pela produção excessiva de melanina e pode provocar manchas e foliculite. Além do risco com queimaduras com a cera quente”, comenta Marina Thompson, dermatologista da Depyl Action.
Existem opções no mercado que podem ajudar quem necessita fazer a depilação em casa. A variedade de produtos disponíveis conta com lâminas de diferentes tamanhos e ângulos, ceras e cremes com componentes variados, aparelhos elétricos e até aparelhos de fotodepilação. Segundo Marina, uma dica importante é pensar que independentemente do método para remoção dos pelos, a regra é estar sempre com a área a ser depilada limpa antes do procedimento. Esfoliar antes também ajuda a abrir os poros e a evitar a temida foliculite e pelos encravados. Hidratar a pele após a depilação e evitar exposição ao sol sem uso do protetor solar também é recomendado.
Veja a seguir mitos e verdades de depilação com receitas caseiras:
Depilação com pó royal: a receita com o ingrediente de fermentação de pães promete, após a depilação com uma lâmina, clarear as manchas, causar maciez e o enfraquecimento progressivo dos pelos para uma remoção definitiva. De acordo com a dermatologista da Depyl Action, o pó royal apresenta propriedades ácidas que, em contato com a pele sensível pela depilação com lâmina, pode causar alergias e inflamações. Portanto a técnica é MITO.
Depilação com clara de ovo e amido de milho: é uma alternativa de fórmula para o cuidado com o rosto. Juntos, os alimentos podem rejuvenescer e prometem um efeito semelhante ao lifting, esticando a pele e minimizando as rugas e marcas de expressão. Além disso, a receita ajuda a reduzir a oleosidade da pele. A clara de ovo apresenta propriedades antioxidantes obtidas pelas vitaminas A e E que atuam contra os radicais livres que envelhecem a pele. Dito isso, as propriedades desses alimentos são conhecidas para tratamentos faciais. Em termos de depilação, não existe comprovação científica quanto a sua eficácia e se torna MITO.
Cera de limão e açúcar: as misturas à base de açúcar e limão são usadas há anos como alternativas para depilação em casa. As principais vantagens são os valores e a praticidade. Podem ser usadas em todas as partes do corpo, como axilas, virilha e pernas. Mas é preciso ficar atento com a temperatura da cera para não se queimar. Além disso, é essencial lavar o local depilado várias vezes, já que o limão é conhecido por ser fotossensível e pode causar queimaduras se houver exposição ao sol. A receita de cera com composto de limão e açúcar é VERDADE.
Depilação com bicarbonato de sódio e tomate: a fórmula não apresenta comprovação científica, mesmo assim é muito utilizada para a depilação. No entanto, as propriedades do bicarbonato de sódio são conhecidas em produtos de beleza como desodorantes, fortalecedor de unhas, clareador e esfoliantes. O pó associado ao tomate, que contém minerais e vitaminas como fósforo, potássio e magnésio, formam uma mistura que ajuda com a hidratação da pele. Ao ser aplicada, enfraquece os pelos que ficam finos e caem. Portanto, a receita pode ser considerada VERDADE.
Atenção: a fórmula não deve ser usada por gestantes ou lactantes e por pessoas que tenham algum tipo de alergia a bicarbonato. Uma dica é fazer o teste no braço antes de depilar o local desejado.
Depilação com açafrão: a planta tem sido conhecida pelas suas propriedades anti-inflamatórias e anti-aging. É muito utilizada nos países orientais. Na pele promete atuar com a remoção de células mortas e impurezas, melhorar a parte circulatória, diminuir a vermelhidão, além de reduzir o crescimento dos pelos. No entanto, não foi encontrado na literatura científica nenhum artigo que comprove sua eficácia em depilação. É MITO.
E quais são os melhores métodos para remover os pelos em casa, com segurança, durante o isolamento social? Veja abaixo algumas alternativas encontradas no mercado e quais as vantagens e desvantagens de cada um:
Depiladores elétricos: eles funcionam como múltiplas pinças que removem os pelos pela raiz. Com relação à cera, a principal vantagem do depilador elétrico é a praticidade. Também é uma boa opção para viagens e períodos fora de casa por ser fácil de transportar e pode ser usado em qualquer lugar. No entanto, o depilador elétrico é um método dolorido. A velocidade do aparelho também pode ser agressiva para peles mais sensíveis causando irritações.
Depilação com lâmina: a depilação com lâmina é um dos métodos mais utilizados atualmente. A lâmina corta a parte aparente do pelo e não o retira pela raiz. A principal vantagem é a ausência de dor. Além de ser barata e prática. Como não arranca o pelo pela raiz, a depilação com lâmina tem uma duração curta – o pelo volta a crescer após um ou dois dias. O método também pode causar o escurecimento na pele e possíveis cortes.
Cremes depilatórios: essa depilação não remove o pelo pela raiz e é indolor. A rapidez durante a remoção dos pelos também é um ponto a ser observado quanto ao uso de cremes depilatórios. É possível encontrar cremes com preços acessíveis em farmácias e supermercados. A depilação é de curta duração, com prazo de dois dias para o crescimento dos pelos. O produto também pode causar irritação e alergias na pele. É preciso fazer o teste antes da utilização.
Depilação com cera quente e fria: a cera quente pode ser usada tanto com receitas caseiras como industrializadas. A cera quente é um método barato e remove os pelos pela raiz e dura até 20 dias. Já o a depilação com cera fria é mais simples e prática do que a quente, uma vez que dispensa aparelhos de aquecimentos e não apresenta risco de queimadura na pele. É uma opção indicada para quem tem varizes. A remoção dos pelos dura em média de 20 dias. O método pode ser mais dolorido e agressivo do que a cera quente, pois não conta com o calor para dilatar os poros.