Todo mundo já teve uma espinha em algum período da vida. Se não teve, decerto terá em algum momento. Independentemente da idade, a acne é um problema muito comum e já existem diversos tratamentos e cosméticos para combatê-las. Porém, além de eliminá-las, temos que nos preocupar ainda com as marcas e cicatrizes que podem ficar em nossa pele.
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“As glândulas das quais se originam as espinhas estão na derme profunda. Dessa forma, as fibras da pele têm sua arquitetura comprometida pela acne, formando, assim, as cicatrizes”, explica a dermatologista Dra. Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
Segundo a especialista, estas lesões provocam mudanças do relevo cutâneo e comprometem a textura da pele, podendo causar um afundamento e afinamento da pele, no caso das cicatrizes atróficas, ou excesso de tecido cicatricial resultando em elevação com deformação da pele, no caso das cicatrizes hipertróficas.
“Existem casos nos quais a correção integral dessas lesões não é possível, principalmente se a acne tiver afetado o tecido celular subcutâneo. Porém, diversos tratamentos podem corrigir as marcas da melhor forma possível, de acordo com a cicatriz apresentada por cada paciente”, completa.
Nos casos em que há presença de cicatrizes profundas, um dos tratamentos indicados é a dermoabrasão ou a microdermoabrasão, que remove as camadas mais superficiais da pele por meio de lixamento.
“A dermoabrasão é um tipo de esfoliação feita através de lixas ou por meio de aparelhos dermoabrasores (pequenas lixadeiras de alta rotação). Esse tratamento aumenta a atuação dos fibroblastos e a produção de colágeno, que dão consistência e sustentação, resultando em uma pele mais firme e lisa”, destaca a médica. É um procedimento um pouco doloroso, feito com o uso de anestesia.
Os peelings também são um ótimo tratamento para eliminar as cicatrizes de acne. Existem três tipos de peeling: os superficiais, os médios e os profundos. Os resultados mais efetivos são obtidos com os peelings de maior profundidade, porém, o processo é desconfortável e não está isento do risco de complicações.
“Os ácidos mais usados no procedimento são o salicílico, retinóico, glicólico e mandélico, que promovem a renovação das células por meio da descamação. O tratamento confere uma melhor textura e um aspecto mais saudável”, explica a Dra. Kédima.
Existe também como tratamento o preenchimento cutâneo, normalmente feito com ácido hialurônico. Este consiste na aplicação de injeções na face, logo abaixo da cicatriz. No entanto, o tratamento dura cerca de um ano e precisa ser refeito, pois a substância é absorvível pelo organismo.
“Os lasers de CO2 e Nd:Yag também são indicados para o tratamento das cicatrizes. É um procedimento parecido com a dermoabrasão, mas que remove o tecido através da luz. O equipamento emite disparos que renovam as células e alteram as fibras de colágeno, proporcionando um aspecto mais liso para a pele”, afirma.
Segundo a médica, o microagulhamento também é muito eficaz para eliminar as marcas da acne, mas a radiofrequência microagulhada tem ação mais profunda e ajuda na síntese de colágeno e elastina, reconstruindo as fibras rompidas pela acne. O tratamento efetua microfuros na pele onde entrega a radiofrequência, estimulando a produção de colágeno e causando feridas que ao cicatrizar vão formar um tecido mais firme, liso e uniforme.
“Os tratamentos ainda podem ser complementados com cosméticos formulados com ativos hidratantes e promotores de colágeno indicados pelo dermatologista, como vitamina C, Alistin e ácido retinóico via tópica, e Exsynutriment e Bio-Arct via oral”, finaliza.