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Transição capilar: tudo o que você precisa saber

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Em 2017, as buscas por “cabelos cacheados” e pesquisas derivadas foram maiores que a procura por informações a respeito de fios lisos pela primeira vez na história da Internet.

A notícia é resultado de inúmeras campanhas com teor feminista pela aceitação de diversos padrões de beleza e de movimentos negros, que enxergam no cabelo crespo uma ação cultural afirmativa.

Não por acaso, é cada vez mais comum ler (e ver fotos) nas redes sociais de pessoas que passam pelo processo de transição capilar – prática de abandonas tratamentos químicos de alisamento e assumir os fios naturais, sejam anônimas, sejam famosas – de Alicia Keys a Ludmilla, passando por Viola Davis e Taís Araújo.

O fato é digno de comemoração: para se ter uma ideia dos efeitos da ditadura do alisamento, dados do IBGE mostram que os gastos com cuidados capilares no Brasil são 18% maiores que os gastos com educação.

Só no Retrô Hair, um dos primeiros salões de beleza paulistanos a investir no tratamento específico para cabelos cacheados, a procura quadruplicou nos últimos três anos.

Por lá – nas unidades Paulista e Augusta – é preciso esperar até alguns meses para agendar um horário com um dos profissionais “especialistas” em cabelos cacheados e crespos. A procura é grande e ainda não são todos os profissionais que oferecem os cuidados necessários com este tipo de fio.

“Pela lógica, não deveria existir especialista em cabelos cacheados e crespos no Brasil, deveria ser um know-how comum a qualquer profissional do ramo, mas a ditadura dos cabelos lisos fez com que cabeleireiros e salões se acomodassem e não investissem nesse conhecimento”, acredita Rogério Santos, dono do Retrô Hair.

Na unidade Augusta, a maior da rede, 10 profissionais são considerados aptos a aplicar os principais cuidados para a transição capilar.

O tratamento envolve corte (a fim de eliminar as partes com química, seja de uma vez ou aos poucos), hidratação ativadora de cachis e consultoria sobre cuidados com os fios – pacote que sai a, no máximo, 250 reais.

Do it yourself

A hairstylist Carolina Castilho, mais conhecida como Carol dos Caracóis, é uma das mais procuradas do salão e também uma das mais antigas especialistas da rede em cabelos cacheados e crespos.

Ela explica que boa parte das clientes que a procuram para começar o processo de transição notam a queda ou a quebra constante dos fios em decorrência de tratamentos químicos para alisar o cabelo. Isso quando não se trata de um caso mais sério, como irritação no couro cabeludo, por exemplo.

“Não posso dizer que é um processo fácil, mas é uma fase e o resultado vale e pena. Durante a transição, as pessoas tendem a desenvolver técnicas próprias (e mais saudáveis) de cuidar dos fios”, diz.

Ao final do processo, aparece o maior benefício: “Se amar exatamente do jeito que é e aceitar suas características individuais”.  

Carol explica que, a rigor, existem duas formas de iniciar uma transição: a mais amena, manter o comprimento e deixar de alisar aos poucos, incentivando a formação dos cachos; ou a mais radical, assumir o corte curtos, eliminando completamente os fios alisados e deixando que o cabelo cresça com a textura natural.

A primeira, mais comum, dura de 12 a 18 meses e pode ser mais custosa, já que a mulher ou o homem em transição vai conviver com duas texturas diferentes de cabelo por um bom tempo.

“Para amenizar o processo, indico sempre produtos liberados para as técnicas low poo (pouca química) e no poo (sem química)”, explica Carol.

Como exemplo, ela sugere as linhas para cabelos cacheados das marcas Deva Curl, Redken, Kah-noa, Lola Cosmetics e Inoar. 

Influencer

“A internet tem um papel essencial nesse processo de aceitação dos fios naturais”, acredita a youtuber e influencer digital Ellora Haonne.

Ela, que assumiu os cachos há cerca de dois anos, credita a vontade de passar pela transição ao “saco cheio” de alisar o cabelo, principalmente quando viajava e encarava praia ou piscina.

Mas a coragem para começar o processo mesmo nasceu da inspiração de outras mulheres que tratavam o assunto abertamente e mostravam sua beleza natural, tanto na internet quanto na mídia tradicional.

“O ser humano quer reproduzir aquilo que ele consome. Se na mídia, quando eu era adolescente, não eram comuns mulheres crespas e cacheadas, há alguns anos elas começaram a aparecer na internet e reproduzir essa prática”, comemora.

Hoje, além dela – que grava constantemente vídeos mostrando os cuidados com os cabelos – há toda uma geração de influencers fazendo o mesmo. É o caso da carioca Carla Lemos e das paulistas Nátaly Néri e Rauza Nicácio.

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