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Lady Fashion

Mais do que um ícone de moda, Lady Gaga é a personificação da moda em si. Não entendeu? RG explica

por Maíra Goldschmidt

Música e moda andam de mãos dadas mudando estéticas e seu guarda-roupa há tempos, é verdade e você já sabe. O corte de cabelo dos Beatles, os alfinetes do Sex Pistols, os brilhos das Supremes, as lingeries de Madonna, tudo identifica uma época, e foi copiado e recopiado nos quatro cantos do mundo. Até que veio Lady Gaga e misturou conceito com persona. Ela não é apenas uma consumidora, uma trend-setter, ela é “a” moda dos dias de hoje, funciona como a engrenagem do mercado. Quer ver? Vamos aos fatos.

A cantora surgiu como um relâmpago, em 2008, em plena recessão econômica americana – ela podia ser a Rihanna, podia ser a Katy Perry, podia ser (cruzes!) a Miley Cyrus, mas não, ela usou a velocidade que a moda proporciona a favor de si, mais do que todas as outras. Enquanto Wall Street se contorcia, Lady Gaga sambava na cara da sociedade andando pelas ruas de maiô e ombros enormes. No dia seguinte, aparecia com um salto de 30 cm, impossível de andar, desembarcando em algum aeroporto mundo afora (quem viaja desse jeito, Deus?). Isso no auge dos sites de streetstyle. Mudava de estilo do dia para a noite, da manhã para a tarde. E encarnou, literalmente, com seu vestido feito de carne, o fast-fashion. Repare: a partir de 2008, houve também o boom das parcerias entre marcas de prêt-à-porter com redes como H&M, Topshop, Uniqlo – afinal, todos precisam vender e, em um planeta em recessão, melhor vender mais barato do que não. Até que a economia melhorou e essa “moda” arrefeceu. Lady Gaga acalmou. Mas não muito. Entramos em 2013 assistindo a um novo boom: a arte na moda. A Prada escancarou com referências de street art no desfile de verão 2014, recém-apresentado em Milão, The Row e Alexander McQueen acionaram Damien Hirst e a Louis Vuitton seduziu até os menos consumistas com Yayoi Kusama. Lady Gaga? Lançou “   Applause”, em que canta (ou anuncia?) o que é moda hoje: “One second I’m a Koons, then suddenly the Koons is me. Pop culture was in art, now art’s in pop culture in me”. Está mesmo nela. Viu?

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