Por Fernanda Thompson
Ela ficou famosa no filme Lúcia e o Sexo, de 2001, quando encarnou uma jovem garçonete em meio a uma relação ardente e conturbada com um escritor. De lá pra cá, a atriz espanhola Paz Vega, 37 anos, cresceu em todos os sentidos. Dos contornos de mulherão que a foto comprova a uma bem construída carreira cult, a moça se tornou objeto de desejo de diretores de peso do mundo todo. Um exemplo? Pedro Almodóvar, que a escalou para sua nova comédia, Os Amantes Passageiros.
Pois a Paz chegou ao Brasil. A encontramos no Rio de Janeiro, mais precisamente no set de filmagem de Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho, de Daniel Augusto, cinebiografia (autorizada) do escritor brasileiro, prevista para estrear no primeiro semestre de 2014. Em cena, interpreta Luiza, primeira mulher de Coelho. Ops, mas Luiza não existiu… É um recurso do roteiro, a síntese dos amores do escritor, até que ele conhecesse Christina Oiticica, sua grande companheira.
A seguir, um papo com a mulher do mago. E que mulher.
RG: Como é a Luiza?
Paz Vega: Ela é, de certa forma, uma representação de todas as mulheres que passaram pela vida de Paulo Coelho até ele encontrar seu amor definitivo. Há muito amor entre os dois, mas também muito sofrimento. Fiquei impressionada com a capacidade de atuação e o talento de Júlio Andrade (ator que interpreta Paulo Coelho). Ele faz um trabalho impressionante, cheio de nuances e de uma força arrebatadora.
RG: Você conheceu o Paulo Coelho?
PV: Ainda não o conheci pessoalmente, mas isso deve acontecer até o fim das filmagens. Temos agendas complicadas.
RG: Você leu muito Paulo Coelho para sua pesquisa?
PV: Inspirei-me na leitura de O Alquimista, Onze Minutos, Verônica Decide Morrer… e também no roteiro.
RG: Que lições você aprendeu com o escritor na filmagem e na pesquisa sobre sua vida?
PV: A ideia de que somos todos peregrinos, e que a vida não passa de um caminho.
RG: Por que você escolheu fazer esse filme?
PV: O roteiro me encantou. O personagem também. A ideia de fazer um filme sobre Paulo Coelho também foi um atrativo para mim. E, sobretudo, trabalhar pela primeira vez no Brasil, um país fascinante, que eu adoro.
RG: Qual era sua expectativa para um set de filmagem brasileiro?
PV: Rodei filmes em muitos lugares do mundo. E, para mim, é sempre igual. Só muda o idioma e o ambiente onde se desenvolve o trabalho. Mas filmar no Rio está sendo uma experiência ótima. A equipe do filme é maravilhosa, faz eu me sentir em casa. Além disso, o Daniel Augusto é um dos diretores mais seguros e rápidos com quem trabalhei. Ele sabe o que quer e como quer contar, de modo que fala sem rodeios e vai direto ao ponto.
RG: O que fez durante seus dias no Rio?
PV: Não tive muito tempo, mas fui a um dos lugares mais mágicos que já vi: o Beco do Boticário. Fica perto do Corcovado, e é de uma beleza extrema. Visitei o Outeiro da Glória e Santa Teresa, uma região deslumbrante com vistas espetaculares… Também fui à feira de Laranjeiras e à feirinha hippie de Ipanema. Eu já havia estado aqui antes e conhecia Ipanema, Leblon, Copacabana…
RG: Vai voltar ao Brasil?
PV: Claro que sim! Eu adoraria. Na realidade, tenho em mente uma história, uma comédia romântica que se passa no Rio de Janeiro. Se tudo correr bem, muito em breve estarei filmando aqui de novo.