Por Eduardo do Valle
Um olhar desatento sobre Luiz Calainho pode passar uma impressão errada sobre sua personalidade. Entre cifras exorbitantes e labels multinacionais, o nome do megaempresário do entretenimento figura nos noticiários de negócios e economia, acabando por lhe emprestar uma aura corporativista. Não deixa de ser verdade: Calainho é, sim, dono de uma trajetória ousada, tendo recusado posições invejáveis e acordos milionários com grandes corporações e multinacionais. Chega a parecer provocação. No entanto, há 20 anos na indústria do entretenimento, Calainho calou a quem quer que duvidasse de suas escolhas: atualmente à frente da L21 participações, holding com faturamento de R$ 120 milhões anuais, o empresário imprime o nome em iniciativas como as rádios SulAmerica Paradiso e Mix Rio Fm, o selo Musickeria, a Aventura Entretenimento, o portal Virgula.com e a feira ArtRio. Mas ele vai além.
Às vésperas do lançamento de seu livro Reinventando a Si Mesmo – uma provocação autobiográfica, o empresário Calainho se prepara para vir à tona como o homem Calainho: um ser humano otimista, espiritual, conectado à natureza e, acima de tudo, provocador. Ou melhor: autoprovocador. Em entrevista exclusiva ao Site RG, ele falou sobre este lado – não exatamente um “novo” lado, mas um lado desconhecido, individual, inconstante. Lado fundamental à personalidade do empresário Calainho, com sua ousadia, que finalmente explica seu segredo: a reinvenção constante. Reinvenção a que se submete mais uma vez, saindo dos bastidores do entretenimento para ocupar um digno lugar como protagonista público de sua própria história.
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RG: Você diz, no próprio subtítulo de seu livro, que se trata de uma “provocação autobiográfica”. Você gosta de ser provocado?
Luiz Calainho: Adoro ser provocado! Mas, antes de ser provocado, eu me provoco. E um dos propósitos do livro é que, através das minhas experiências, as pessoas vejam que o grande barato é se provocar, pensar diferente. Há uma tendência do ser humano à inércia: fazer o mesmo de sempre. O propósito do livro é compartilhar as minhas experiências de autoprovocação que resultam ótimos resultados.
RG: Muitas vezes, as pessoas chegam a essa inércia por medo. Do que você tem medo?
LC: De não me provocar. Este processo da pergunta, da provocação, é um processo de risco. É importante que você tenha consciência de que, ainda que encontre alguma coisa que não curta, tudo bem – para melhorar é preciso algum processo revolucionário, e não há revolução sem alguma forma de dor ou sofrimento: não tem jeito.
RG: Mas quem lê sua história em revistas ou na internet não vê essa dor, esse sofrimento: você já deu esse passo em falso?
LC: Com certeza! Caminhos que não funcionaram, direções que não andaram da maneira que a gente gostaria… mas, temos sempre que olhar para os ensinamentos. A gente tem essa capacidade criativa de se colocar em outras vibrações. Aquilo que teoricamente não é bom na vida da gente é, no fundo, uma forma da gente evoluir e buscar crescimento pessoal.
RG: E nesse processo de evolução, reinvenção, qual foi sua reinvenção mais recente?
LC: De três ou quatro anos pra cá, a grande reinvenção da minha vida tem sido espiritual. Eu não sou uma pessoa religiosa, mas sou muito espiritualizado: a minha grande religião é o contato que promovo o tempo todo com a natureza. Meu altar é a natureza. Relaciono-me inclusive com os minerais, com as pedras, com as montanhas.
RG: Vamos falar de negócios? Em sua opinião, o que precisa ser reinventado no entretenimento brasileiro?
LC: Que as empresas, as grandes corporações, compreendam que investir em entretenimento é investir em cultura, e, por consequência, na educação. Isso promove o crescimento do país. Os empresários têm de ter essa cabeça: não dá pra pensar só em si, no lucro pelo lucro, sem dar retorno à sociedade.
RG: Você acha que cultura e entretenimento ainda são entendidos como duas coisas distintas?
LC: É um processo. Cada vez mais se entende que cultura é maior, mais abrangente, e que entretenimento é o que a cultura proporciona: ela entretém. Mesmo uma novela na TV Globo traz eventualmente temas que são importantes, ligados à cultura, à educação. As coisas andam juntas.
RG: Então, o caminho é otimista para o entretenimento?
LC: Não tenho a menor dúvida! Tenho dito por aí: pelo menos até 2020, o Brasil será uma potência cultural. Estou nesse negócio há 20 anos e digo: não há nenhum país no mundo com a capacidade de talentos, artistas e criatividade como o Brasil. Começamos a ver investimento nesta área – uma coisa bem planejada, estruturada, executada. Tudo isso associado ao crescimento e aos grandes eventos que o Brasil sediará, não deixa dúvida: a perspectiva não pode ser mais otimista.
RG: Você sempre esteve nos bastidores do mundo do entretenimento, promovendo, organizando, executando. Com o livro, é a sua vez de ser protagonista, de aparecer. Bastidores ou protagonista: qual posição você prefere?
LC: Sinto-me confortável nos dois. Tenho muito prazer em tudo o que eu faço. A onda do livro pra mim é isso: acabamos de entrar na Era de Aquarius, que é uma era muito mais amorosa, propensa à mudança, à reinvenção. Então eu me coloquei na posição de protagonista, mas o que eu quero fazer é compartilhar minha experiência com as pessoas.
RG: Sobre o livro, que ponto você destaca?
LC: Eu destaco o capítulo “Orgulho”, onde eu proponho que é absolutamente fundamental que as pessoas tenham orgulho do jeito que se tratam, do ponto de vista físico, psíquico e espiritual: é um tripé.
RG: Você é orgulhoso?
LC: Mega orgulhoso!
Serviço:
Lançamento: Reinventando a si mesmo – Uma provocação autobiográfica
Data: 18 de junho (terça-feira), às 19h
Livraria Travessa, Av. Afrânio de Melo Franco 290, loja 205 – Leblon
Telefone: (21) 3138-9600
Preço do livro: R$34,90, 208 páginas
Data: 26 de junho (quarta-feira), horário a confirmar
Livraria Cultura, Av. Paulista 2073 – Bela Vista
Telefone: (11) 3170-4033
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