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O Boy do Marc Jacobs

Um papo sem censura com Harry Louis, o namorado brasileiro do estilista superstar

por Maíra Goldschmidt

Sob o sol do fim de tarde de um típico dia de outono carioca, batemos um papo com o mineiro Harry Louis, famoso por duas façanhas: 32 filmes pornô no currículo e um namorado de vulto, o estilista Marc Jacobs. Aos 26 anos, Louis acumula predicados, e não apenas físicos. É franco, parece bom moço, sorri o tempo todo. E é bom de cozinha: chocolateiro, tem uma loja virtual (www.hlchocolates.com), que comanda em Londres, onde mora atualmente. Nos planos, unidades físicas em Nova York e no Rio, até o fim deste ano (alô Ipanema!).

Aqui, nosso chat, enquanto Marc acompanhava o dia de Louis via Whatsapp.

RG: Como você conheceu o Marc Jacobs?

Harry Louis: Nos encontramos numa festa em Londres e conversamos por três horas sem parar! A gente descobriu que tinha afinidades e acabou rolando de ficar.

RG: No primeiro dia?

HL: É, no primeiro dia, depois de três horas conversando…

Na noite seguinte, convidei o Marc para um jantar em casa. Fiz arroz, feijão, farofa, carne de panela com mandioca, uma boa salada e, de sobremesa, mousse! Fiz três sabores, porque não sabia do que ele gostava! E fizemos brigadeiro juntos.

RG: Brigadeiro?

HL: É, quer ver a foto? Te mostro. (Com o celular na mão, Louis mostra Marc com os dedos lambuzados de brigadeiro). Olha que bonitinho!

RG: Você tem medo de ser “o namorado do Marc”?

HL: Do título? Não. Da mesma forma que ele é o meu namorado. Ambos temos nome. Sei que ele não se incomoda. O importante é que a gente está rindo juntos, passando perrengue juntos, mas estamos juntos.

RG: E os filmes pornôs, é chato sempre falarem sobre isso?

HL: Não, se eu fiz, e fiz por cinco anos, não tem problema. Acho o máximo poder dizer, quebrar um pouco o tabu. Ah, por favor, todo mundo trepa. Entre quatro paredes, você faz tudo e, quem é um pouco mais atrevido, como eu, faz em frente às câmeras.

RG: E você encerrou mesmo a carreira?

HL: Sim.

RG: O namoro com o Marc tem a ver com a decisão?

HL: Não, absolutamente não. Quando a gente começou (em novembro de 2011) eu já estava parando.

RG: O Marc viu seus filmes?

HL: Não, nunca.

RG: Ele tem ciúmes?

HL: Não. Ele é uma pessoa muito cabeça, muito inteligente. Não deixaria o passado atrapalhar. Ele me conhece pelo que sou. Atrás de todas essas caras e bocas, ele sabe que sou uma pessoa superfamília, que adora carinho, atenção e que é de bem com a vida.

RG: Você faria, de brincadeira, um filme com ele?

HL: Ah, sim, claro, é uma coisa que qualquer casal pode fazer, mas só privado. Ele fez o Disconnect (filme do diretor Henry-Alex Rubin) e disse que era o primeiro e o último trabalho como ator. Então, ambos somos atores aposentados.

RG: Vocês pensam em casar?

HL: Nunca falamos sobre isso. Mas sou um pouco old fashion. Gosto de família, filho, casa. Estou achando o máximo essa história de casamento gay. Estava na hora de dar essa evoluída.

RG: O que o Marc te ensinou?

HL: Aprendi a ousar e não ter vergonha de ser quem eu sou. Por exemplo, comecei a usar saia. Como fiquei muito tempo na indústria pornô, tinha de ser machão, com cara de “cafuçu”. Vestir uma saia não ia vender muito. Mas agora me sinto confortável.

RG: E o que ele aprendeu contigo?

HL: Português.

RG: Que palavras?

HL: Hum… “Cinzeiro”, que é primordial para ele. “Café” ele também aprendeu.

RG: E dirty talk?

HL: Muuuuito, é lógico. Às vezes, na nossa intimidade, eu falo alguma coisa e ele diz “quê?”. E eu respondo: “Pô, babe, entra no clima!” (risos).

RG #128 tem muito mais conteúdo. Já nas bancas!

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