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RG indica: os voos do conjunto Oruã

O conjunto Oruã – Foto: Nathália Adrião

Por Lígia Krás

Para falar sobre um dos melhores conjuntos (eles se definem como conjunto, e não como “banda”) de música conceitual carioca na atualidade, é necessário citar também a Transfusão Noise Records, gravadora fundada por Lê Almeida em janeiro de 2004 para criar uma marca que representasse todo o “barulho” feito entre bandas amigas na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.

Com vários nomes em seu casting – sendo que a maioria é influenciada pelo indie-rock dos anos 1990 (Pavement, The Amps, Guided By Voices, Dinosaur Jr etc) – o selo já fez parcerias com grandes nomes, como Vinyl Land, Pug Records, Weepop Records, Senhor F, Midsummer Madness e Pisces Records. Atualmente, conta com distribuição fora do pais via Rok Lok Records e Lost Sound Tapes (EUA) e Big Love Records (Japão).

Anos depois, o conjunto Oruã nasceu e hoje está no nosso radar – aliás, nosso e de um bom público norte-americano, como ficou claro na conversa entre e nossa colaboradora Lígia Krás. E é em clima de voo – afinal, eles se preparam para mais uma grande turnê – que mostramos os melhores trechos abaixo:

Check-in

“Oruã nasceu no centro do Rio de Janeiro, na época do golpe em 2016. Era algo bom me reunir com amigos para criar umas coisas a partir de Improvisos. A gente fez inúmeras viagens pelo Brasil, subindo ao Nordeste e descendo para o Sul. Em 2018 saímos pela primeira vez do país indo, para o Uruguai, e no ano seguinte fomos para Europa e Estados Unidos”, explica o músico. Depois dessas tours a banda mudou e eu passei a contar com amigos muito próximos que sempre tiveram algum envolvimento com o Oruã, que formam o conjunto atual comigo: Karin, João e Bigú. Juntos, a gente passou um tempo formando um som novo que foi criando vida na estrada”, acrescenta Lê.

Portas em automático

Se você perguntar ao conjunto qual seu gênero musical, Lê Almeida vai ser direto: acha que algo entre acid afro jazzy, ou indie. Mas ele não pensa nisso, sendo que o mais certo é dizer, mesmo, que o Oruã faz uma ótima música experimental. “Acho que ouvir muito som é algo inspirador para mim. Existir o tempo entre ouvir e apreciar música, e o tempo de se tocar e criar música. Os lugares também são inspiradores, passear por caminhos novos e conhecer novas culturas”, diz ele, lembrando como as estradas por onde passaram em solo americano deixaram as portas abertas para o futuro.

Partiu, Idaho!

“Essa foi a nossa maior tour até agora, fizemos 60 shows nos Estados Unidos cruzando algumas costas e inclusive repetindo algumas cidades. Algo está fazendo a gente criar público por lá. Na maioria dos shows tocamos músicas novas de um novo disco que estamos gravando, chamado ‘Passe’. Aproveitamos nossas viagens para gravar esse disco em diferentes lugares. Agora, no fim de janeiro, vamos terminá-lo em uma cidade do interior de São Paulo e, em março, iniciamos uma nova tour norte-americana que começa em um festival incrível, chamado Treefort Music Fest em Boise, em Idaho.”

Fica a dica: para quem quiser ver um pouco mais, o próximo show do conjunto Oruã é neste sábado (14.01), a partir das 18h, no evento Fechamento na porta do Escritório da Transfusão Noise Records. Fica na Rua da Constituição, no Centro do Rio de Janeiro. De graça, é só chegar!

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