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Orlando Caldeira vive jornalista de fofocas em nova trama da Globo

Orlando Caldeira – Foto: Odeias Barbosa

Depois do sucesso e de concorrer ao prêmio de ator revelação por seu papel na novela “Verão 90”, Orlando Caldeira, de 37 anos, retorna à TV Globo para a próxima trama das 19h, “Vai na Fé”, escrita por Rosane Svartman e dirigida por Paulo Silvestrini. Na história, que estreia em janeiro, ele interpreta Antony Verão, um jornalista de fofocas determinado que precisa aprender a lidar com as consequências da profissão.

“Ele é de um ramo que possui um olhar mais estigmatizado, mas tenta fazer o que é certo. Um dos seus bordões é ‘Maldade não, verdade!’, então ele se preocupa sempre em noticiar e apurar os fatos. É muito divertido fazer o Antony, porque às vezes parece que ele está sendo usado, e nas outras que está se aproveitando dos demais”, diz Caldeira.

O personagem vive ainda uma história inacabada com Vitinho, funkeiro vivido por Luís Lobianco. No passado, ambos formavam um casal, mas uma grande decepção amorosa fez com que o jornalista terminasse o relacionamento e decidisse cobrir a intimidade dos artistas.

“É uma situação bem engraçada, porque os personagens têm suas desavenças. O Lobianco é um cara que eu admiro demais, e nos aproximamos muito no set. Quando fiquei sabendo que ia fazer a novela com ele, nos falamos nas redes sociais e ele disse que vibrou muito quando soube da notícia. Se nas câmeras a gente se odeia, fora delas nos amamos”, conta.

Além da paixão mal resolvida, Antony vive uma relação de dependência com Érika (Letícia Salles), bailarina do famoso Lui Lorenzo (José Loreto).

“Por não fazer parte da mídia, ela sempre fala ‘publica e depois explica’, o que faz com que ela acabe se tornando um mal necessário na carreira dele. Nesse meio, é preciso de um imediatismo que ele não tem, e a Érika acaba ajudando nesse quesito. Eu diria que ela serve como uma contra parte do parceiro.”

Fora da televisão, ele irá dirigir dois espetáculos. “Pelada”, desenvolvido pelo seu grupo teatro, o Coletivo Preto, trabalha as narrativas do subúrbio através do humor e surgiu durante a pandemia em uma espécie de produção audiovisual, que será adaptada em uma peça contemplada pelo Foca (Projeto de fomento à cultura carioca).

Orlando Caldeira – Foto: Odeias Barbosa

“Eu sou do subúrbio, e por muito tempo me questionava porque não consegui formar uma família no teatro, e acho que isso é por conta das narrativas. O teatro carioca sempre ficou falando de si e se distanciou do público, em especial aquele que não tem o hábito de ir ao teatro. E esse projeto trata exatamente disso, trazer nossas narrativas no viés positivo, saindo do lado da escassez. Acreditamos que, a partir do humor e do riso, conseguimos trazer os nossos pro teatro, e, após uma série de acontecimentos traumáticos, como pandemia e crise econômica, fazer um teatro de acolhimento”, detalha.

Já “A Hora do Blec” é uma adaptação da famosa animação criada pelos compositores David Junior e Yazmin Garcez, que será transformada em um musical dirigido por Caldeira.

“Estou muito animado, porque parte da minha trajetória tem a ver com o público infantil. Tenho um solo chamado ‘Boquinha…E Assim Surgiu o Mundo’, escrito pelo Lázaro Ramos, com direção do Lázaro e da Suzana Nascimento, e eu já tinha feito outro espetáculo voltado para crianças. Vai ser uma honra e uma alegria muito grande de poder falar com as crianças, de um personagem preto, de uma família bem sucedida. Trazer esse olhar do lúdico e fazer com que crianças pretas se sintam representadas.”

Nos cinemas, ele fará um cientista em “Os Aventureiros – A Origem”, filme estrelado por Luccas Neto. A produção, que estreia no primeiro semestre de 2023, aborda dimensões alternativas e universos mágicos cheio de mistérios.

“Esse longa foi um presente pra mim. Já admirava muito a trajetória do Luccas. Ele enxergou algo que ninguém viu, o universo infantil no Youtube, e investiu nisso, se tornando uma febre no País. E eu, como um artista que dirige, atua e produz, vejo esse movimento como algo inspirador, ainda mais quando falamos em um filme para crianças. Como artista, a gente sempre quer transformar o mundo, e nada melhor do que fazer isso através das crianças, porque é uma semente que está sendo plantada em um vaso que tem muito a se desenvolver”, completa.

Orlando Caldeira – Foto: Odeias Barbosa

Orlando trilha uma jornada empreendedora em diversas frentes, mas sempre marcadas pela arte. É um dos idealizadores do Projeto Identidade, junto da atriz Noemia Oliveira, que faz uma releitura de ícones pop, e é fundador da Galo Solto, marca de roupas especializada em saia masculina.

Acho que o artista tem uma necessidade grande de se comunicar, vontade de materializar suas ideias, e precisa estar em contato com o público. Viemos de uma época onde cada um era uma coisa, e, hoje em dia, somos tudo. O mercado e o mundo exigem isso. E eu apenas deixo isso fluir e me entrego. Me considero um fazedor da arte e quero deixar minha marca. É o que tenho de mais sincero a oferecer para o mundo, finaliza.

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