Lia de Itamaracá – Foto: Divulgação
A cirandeira Lia de Itamaracá leva ao palco da Casa Natura Musical um show baseado no repertório do seu disco mais recente, “Ciranda Sem Fim”, de 2019. A apresentação acontece dia 4 de fevereiro, sexta-feira, às 22h. “Ciranda Sem Fim” carrega o selo do edital Natura Musical por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e foi produzido pelo DJ Dolores.
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No disco, os admiradores da voz marcante da cirandeira mais famosa do Brasil podem conhecer uma artista que vai além de uma brincante de ciranda. A proposta do DJ Dolores não é desconfigurar a referência que Lia carrega enquanto referência da ciranda, mas oferecer uma fusão entre novos e antigos sons. “Lia é cantora do que ela quiser. A voz imponente, marcante e vibrante também pode apresentar outros ritmos. A partir disso estamos apresentando essa repaginada”, explica Dolores, que assina a direção musical do trabalho.
O nome do álbum também batiza uma das músicas integrantes do disco. “Ciranda Sem Fim” foi um presente dado à artista pelo músico carioca Lúcio Sanfilippo durante um encontro entre os dois no Rio de Janeiro, em 1999. A faixa recorda o trabalho como merendeira, ofício desempenhado pela cantora durante 30 anos em uma escola estadual da Ilha de Itamaracá.
Lia acompanhou a escolha do repertório, e participou da montagem das faixas desde a composição da ideia. “Estou encantada com o resultado do trabalho, inclusive com as músicas românticas que sempre gostei de ouvir e agora pude gravar”, conta Lia.
Entre as letras mais intimistas escolhidas por Lia está “O Relógio”. A canção original “El Reloj” fez sucesso e foi composta nos anos 1950 pelo cantor mexicano Roberto Cantoral. No Brasil, a música foi marcada pela voz de Altemar Dutra. O bolero está entre os dez mais famosos e executados no mundo. Já a faixa “Apenas um Trago” (“Bom Dia, Meu Amor”) foi sucesso nos anos 1970, composta pelo mineiro e cantor de brega José Ribeiro.
Lia de Itamaracá – Foto: Divulgação
Ao contrário dos discos anteriores, “Rainha da Ciranda” (1977), “Eu Sou Lia” (2000) e “Ciranda de Ritmos” (2010), a poesia é obra presente neste álbum atual, com a colaboração de textos de outras mulheres, como em “Falta de Silêncio”, de Alessandra Leão. A poesia, agora cantada por Lia, é um mantra à Iemanjá. “Peixe Mulher”, de Ava Rocha e Iara Rennó, é uma referência à relação de Lia com o mar da Ilha de Itamaracá, cidade da cirandeira.
O cantor e compositor paraibano Chico César também participa do novo álbum, na autoria da música “Desde Menina”, outro presente oferecido para Lia. No material, a artista teve um encontro com outros nomes da música de Pernambuco, a exemplo do percussionista Lucas dos Prazeres e do baixista Yuri Queiroga. Além das plataformas digitais, o trabalho também está disponível nos formatos de CD e LP.
A capa do álbum traz uma fotografia de José de Holanda. O projeto visual, uma fusão de cores, foi produzido por Celso Hartkopf, com o intuito de resgatar a ancestralidade africana de Lia. “As formas, cores e símbolos vêm principalmente das músicas, seja das letras, das melodias ou dos arranjos. Todos os traços feitos nessa capa foram feitos ao som do disco”, conta. O projeto foi selecionado pelo Natura Musical por meio do edital 2018 com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria de Cultura e da Secretaria da Fazenda da Bahia.
Para ingressar na Casa Natura Musical, será obrigatória a apresentação da carteirinha de vacinação contra Covid-19 atualizada com no mínimo duas doses ou dose de reforço. Durante toda a permanência na casa, será obrigatório o uso de máscara. Todos os artistas e equipes farão testes antes das apresentações. Para quem tiver comprado ingresso e apresentar sintomas, ainda que leves, a casa orienta a não comparecer ao show e contatar o atendimento do espaço via e-mail para mais informações.
Casa Natura Musical – Rua Artur de Azevedo, 2.134, Pinheiros, São Paulo.