Por André Aloi
David Bisbal chegou ao Brasil nesta sexta-feira (21.11), quando recebeu RG em um luxuoso hotel na região do Brooklin, em São Paulo. Na conversa, o cantor espanhol falou sobre o sonho que está realizando ao conhecer o País, da vontade que tem de aprender português e das parcerias que fará no único show na capital paulista, domingo (23.11), no HSBC Brasil.
Carlinhos Brown e Sam Alves, vencedor do “The Voice”, farão pontas na apresentação. RG descobriu que, com este último, cantará “Dígale”. Sobre Brown, fez mistério e despistou quando disse que estava em dúvida entre duas canções.
David não é do tipo que quer conquistar o número 1 no mercado brasileiro, até porque ele conhece nossas pluralidades. Mas está feliz em se apresentar por aqui pela primeira vez. O cantor de 35 anos – que gravou um dueto com Sandy (“Hombre de Tu Vida”) em seu mais recente trabalho “Tú y Yo” – quer tê-la ao vivo na próxima vez que vier. Confira o ping-pong:
RG – No clipe de “Diez Mil Maneras” você critica o “blá blá blá” das gravadoras. Até que ponto pessoas de fora interferem na sua produção e no jeito de administrar a carreira?
David Bisbal – Gosto de trabalhar em conexão com o selo musical. Gosto de pôr minhas ideias na mesa, projetos… Meus companheiros estão aqui para apontar ideias. Não gosto de ser um artista fechado, dizer o que quero e ponto. Sempre compartilho o que penso e pergunto se têm ideias e que gostaria de ouvi-las.
RG – Como é pra você, apesar de ter mais de 10 anos de carreira, ser hoje uma prioridade no catálogo da gravadora e ela estar centrada em te colocar em destaque por aqui?
DB – A verdade é que era meu sonho chegar ao Brasil porque é um país que, musicalmente e culturalmente falando, é muito rico. Acho que é o sonho de muitos artistas estrangeiros. Era o único no continente americano que faltava chegar, e estou muito contente. Melhor tarde do que nunca (risos). Venho com o ânimo de desfrutar de um público conhecedor da arte musical. Sinceramente, estou vivendo um sonho.
RG – Ainda há preconceito do brasileiro em ouvir música latina até pela barreira da língua?
DB – Espero que em algum momento eu também possa me aventurar – por quê não? – a cantar no idioma de vocês. Ficaria encantado. Gostaria muito, com muito respeito, evidentemente. Mas eu acho que vou cantar em algum momento em português, teria que aprender, mas com o tempo e, sabendo que virei mais vezes para cá, podemos pensar…
RG – Você chegou hoje, mas já deu pra se planejar?
DB – Na Espanha, o futebol é praticamente uma religião. Então, para nós, durante a turnê é muito importante ficar longe da pressão. Aí jogamos… Amanhã (hoje, 22.11) vamos ter uma partida de músicos contra equipe técnica. Sobre minha relação profissional com o futebol, tenho a oportunidade de ter canções que se aliam a eventos esportivos, como a Copa do Mundo e a Eurocopa. Gosto muito de ter músicas nesses eventos.
Ele diz isso porque, em 2010, na Copa da África do Sul, foi chamado para gravar a música “Waving Flag” com K’naan, quando cada país indicou um artista para um dueto local. No Brasil, por exemplo, Skank foi escalado. “No Hay 2 Sin 3 (Gol)”, com Cali e El Dandee, foi tema da Eurocopa de 2012.
RG – Torce para qual time?
DB – Torço para o Barcelona desde sempre, mas não sofro quando perde. Ainda bem que ultimamente temos triunfado com bastante frequência. Agora, (Daniel) Alves é um dos melhores jogadores, Adriano (Correia Claro) está jogando muito. Neymar é um ótimo jogador e temos a felicidade de tê-lo do nosso lado para poder desfrutar de seu talento na Espanha (risos).
RG – Você é um artista que se planeja muito? Sabe onde quer estar daqui 5, 10 anos…?
DB – Eu tenho muito claro para mim como quero trilhar minha carreira. Esse disco foi uma volta ao pop, um pouco mais universal, mesclando os sons orgânicos com elementos eletrônicos. Então, no futuro sempre vai haver uma mudança. Espero que possa me adaptar às sonoridades musicais e realizar projetos diferentes.
RG – Tem algum artista que gostaria de fazer dueto? Algum brasileiro?
DB – Se tivesse uma varinha mágica agora mesmo, adoraria cantar com Beyoncé. Mas é claro que é só com uma varinha mágica (risos). De repente, com Tom Jones. Artistas que são muito grandes aqui… No domingo, vou cantar com Brown… Alexandre Pires foi muito bem no mercado latino durante um tempo. Para o mundo latino, ele é uma grande referência. Me encantaria poder vir mais vezes ao Brasil, conhecer mais artistas e compartilhar minha música, seja com grandes ou pequenos, que estão começando. Posso assegurar que todos são muito especiais.
RG – E quais seus planos futuros? Já está compondo para o novo CD? Vem DVD por aí?
DB – Tenho algumas coisas em mente, mas por questões contratuais ainda não posso divulgar. Mas adoraria montar um pequeno DVD com canções que vim fazendo ao vivo e um documentário da turnê, mas adianto que um projeto de concertos ao vivo está no radar.