Luciano @Luv N’Beats (SP)

Presença ilustre desembarca na pauliceia no próximo dia 31: é o Top DJ Luciano, habitué de Ibiza e dono do selo Cadenza, que comanda as pick-ups da Audio a convite do empresário e DJ Michel Saad para a festa Luv N’Beats.

Saad, aliás, também compõe o line-up da festa, realizando “um sonho”, como o próprio descreve, de tocar ao lado de Luciano. Uma história antiga, contada com mais precisão por quem entende do assunto. Com a palavra, Michel Saad:

“Já conheço o Som do Luciano há algum tempo… uns 7, 8 anos. Vi algumas poucas gigs, mas sempre acompanhei sua trajetória, que tinha como ponto alto suasapresentações no DC10 em Ibiza e suas participações na noite Cocoon de Sven Vath, na Amnesia. Em 2010, Luciano deu uma virada na sua carreira. Tomou uma decisão que para alguns significa um certo “desvio” da sua alma puramente underground. Foi visto até com um certo ar de que se vendeu ao eletrônico mais pop. Mas isso foi somente a opinião de alguns xiitas.

Nascia naquele ano sua noite “Vagabundos” aos domingos na Pacha Ibiza, onde ele tocava todas as semanas, de maio a outubro, com DJs do seu selo Cadenza. A noite levava a temática cigana, além de um som um pouco mais fácil, porém anos luz de poder ser comparado a Guetta ou algo do gênero.

O sucesso foi absoluto, em todos os sentidos. Foi uma das primeiras noites com lotação máxima (de gente bonita) que juntou iniciados e iniciantes, clubbers e jet-setters, turistas e residentes da Ilha Branca… todos felizes na mesmapista, e caracterizados de ciganos, com cartolas e maquiagem devidamente adquiridos na entrada do club. Luciano entrava às 4h e tocava até às 7. Sempre e simplesmente house music, porém com um charme diferente porque fazia um “passeio” entre épocas e estéticas variadas, com ênfase na latinidade, além de usar recursos técnicos com loopings que ainda não tinham sido feitos dessa maneira. Tudo isso aliado a um carisma inexplicável.

Ele foi ousado, inovador, criativo e sobretudo generoso, porque abriu uma portapara o undergound a quem gostaria de conhecer esse universo e não sabia como. O sucesso esmagou as críticas e sua marca se espalhou em grande escala pelo mundo todo.

Eu fui a Pacha na minha primeira noite “Vagabundos” no ano seguinte, em 2011, sem saber o que esperar, porém completamente interessado em ver e ouvir aquilo de que todos comentavam sem parar. Instantaneamente fui hipnotizado por aquele som, aquela atmosfera. A cada mixagem eu prestava mais atenção nasmúsicas e tentava descobrir como Luciano estava tocando (que hardware e software estava usando). Descobri parcialmente, pois resolvi curtir a vibe depois de um tempo. Na última hora do set, aí que, para mim, veio o melhor: uma sequência de clássicos do house que fazem parte da minha vida como ouvinte e DJ, como “Big Fun” do Inner City, e “Samba Magic” do Basement Jaxx, só tocados, levando a mim e todo club ao delírio. Acho que pela proximidade das idades (38, eu, e 36, ele) crescemos ouvindo referências parecidas, daí essa coincidência de gosto pelo repertório, eu creio.

Desde então tive vontade de trazê-lo a São Paulo e mostrar esse espetáculo ao público daqui em uma festa grande, acessível ao público em geral, além de construir também essa espécie de “porta” aos interessados em conhecer um som além do comercial. E, porque não, depois disso, esperar que as pessoas possam querer viajar por campos mais conceituais da música eletrônica, porém sem deixar de gostar de quem as “fisgou” no início: o Mago Luciano.

Dia 31 de maio, no espaço Audio, em São Paulo, realizo esse sonho e, ainda melhor: fazendo parte do Line-Up”.