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Sé Galeria recebe individual de Rebecca Sharp

Abrindo a programação de 2020, a Sé Galeria apresenta a primeira individual da artista paulistana radicada nos Estados Unidos Rebecca Sharp (1976). Em seu processo poético-espiritual, combina, por meio de uma afincada dedicação de mais de uma década, as práticas pictórica e meditativa.

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Sua obra, feita em transe, trata de uma variedade de planos astrais: insólitos mundos recobertos por abismos de vacuidade em matizes vívidos que convivem de modo vibrante. Cada uma das telas abstratas – marcadas por gestos expressivos a fim de materializar uma outra classe de geometria e luminosidade – funcionam como mensagens codificadas, provenientes de seu espaço anímico. “Como se tivéssemos a capacidade de entrar no subconsciente e tomar um retrato, um slide fotográfico”, descreve Rebecca, “de um momento que após um instante se esfumaça”. E, para que ocorra a recepção (kabbalah) dessa mensagem, a artista recorre a um método de esvaziamento psíquico com o fim de que brilhe em máxima luminância tudo aquilo que soube e não pode ser visto.

As obras, em sintonia com o título da mostra, operam como mensagens de origem ancestral ou futura, assim como cometas que voltam a aparecer. Em seu universo, esses astros luminescentes surgem como metáforas de corpos que viajam em diversas velocidades, direções e intensidades em espaço e tempo indefiníveis, e o olhar da artista, como um telescópio, nos aproxima desses fenômenos remotos.

Nesse espaço fantástico, de processos psíquicos-pulsionais, todos os elementos imagéticos e sígnicos apresentados por ela afetam e continuamente são afetados por eles mesmos em um magnetismo surreal, sem sinonímias de alcance claro.

No começo de uma nova década, em um estado de guerra eminente, Rebecca nos desvela a resistência eficaz que podemos encontrar dentro de nós mesmos: a permissão de iluminar tudo o que sabemos e que não pudemos ver.

Com curadoria e texto dramatúrgico de Tiago de Abreu Pinto, a exposição ocupará o primeiro andar do novo espaço da Sé Galeria com pinturas inéditas, em sua maioria em pequeno formato, e esculturas em barro.

Abertura: 1 e 2 de fevereiro. Até 14 de março.

Sé Galeria – Al. Lorena, 1.257 – casa 2, Jardim Paulista, São Paulo.

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