Por Miriam Spritzer
Para a alegrias dos fãs de “Gossip Girl”, Chace Crawford, o eterno Nate Archibald, voltou às telas, mas não como esperávamos. O ator de olhos azuis e sorriso grande que conquistou milhares de fãs pelo mundo todo, deixou de lado seus ares de príncipe encantado para interpretar um personagem bastante controverso na série “The Boys”, da Amazon Prime Video.
A série é uma paródia baseada nos quadrinhos de “Garth Ennis”, que aborda os super-heróis como celebridades e influenciadores sem limites e um tanto corruptos, fazendo com que haja uma crítica à sociedade atual, mas de uma forma cômica e divertida. Chace interpreta The Deep, uma releitura de Aquaman, mas uma versão egoísta, insegura e totalmente inapropriada, resultando em cenas controversas e engraçadas.
Alguns dias antes da estréia da série na Amazon Video, conversamos com Chace Crawford para saber tudo sobre seu novo personagem, e claro, relembrar um pouco de “Gossip Girl”.
Como este projeto foi apresentado para você?
Me mandaram o perfil do personagem com algumas cenas. E eu me lembro que li e pensei, eu conheço esse cara. Sei como posso me divertir com isso e trazer algo diferente para ele. Eu tinha adorado as cenas que li, e sabia que o Seth Rogen estava envolvido no projeto. Então era algo que eu tinha certeza absoluta que queria fazer.
The Deep de fato é bem diferente do tipo de personagem que você já interpretou. Como você construiu ele?
Ele é tipo uma versão do Aquaman, mas eu achei que tinha um pouco de Zoolander nele também. Eu conversei com Erick Kripke para entender como ele funcionava, e me dei conta de que ele é extremamente inseguro, e se sente uma aberração porque ele tem guelras. E isso provavelmente é a razão pela qual ele age da forma que a gente vê na série. Tem sido muito divertido e acho que é uma boa mudança para mim.
Já nos primeiros minutos da série, The Deep faz algo bastante controverso. O que a gente pode esperar do personagem no decorrer da história?
Ele meio que tem sua própria jornada, que é inevitável depois do que ele faz no primeiro episódio. O arco do personagem é muito interessante, porque tem coisas muito engraçadas que acontecem e ao mesmo tempo abordamos coisas importantes. O Erick Kripke está mostrando estes assuntos sérios pela perspectiva de uma série de fantasia, então deixa tudo mais real. Acho este formato muito interessante.
Como foi trabalhar o figurino para The Deep?
A série tem dois lados, o lado dos super-heróis e o lado dos meninos. Eu sou do lado dos sups, como chamamos na série, o que tem coisas boas e ruins. O lado bom é que você está sempre com a mesma roupa, então não tem que pensar nisso. O problema é que era uma roupa de mergulho de neoprene, e eu fiquei um pouco nervoso para preencher ela bem.
O que você fez para fazer a roupa funcionar?
Eu tive que cuidar de meus croissants. Brincadeira, eu fiz a dieta Keto por um tempo, e não faltava à academia. Mas o meu até que era um dos figurinos mais fáceis. O figurino do Anthony (Starr), que interpreta o Homelander, era muito difícil de colocar e tirar. Ele tinha um sistema de refrigeração da roupa, que parecia que ele carregava um “pack” de cerveja para todos os lados. É divertido, mesmo sendo uma sátira, temos esses aspectos dos super-heróis.
Qual foi a coisa mais divertida para você gravar?
Tem uma cena no quarto episódio que acho que foi a coisa mais absurda e engraçada que eu já filmei na minha vida. Não posso dar detalhes, só posso dizer que tem um golfinho no meio. O legal é que a série tem esses momentos totalmente absurdos e faz com que a gente não se leve tão a sério.
Depois de tanto tempo em Nova York filmando “Gossip Girl”, como foi filmar “The Boys” em uma Nova York cenográfica?
Você viu o piloto, eles fizeram um trabalho maravilhoso em recriar a cidade. “Gossip Girl” precisava do brilho e luxo de Nova York, os restaurantes, as lojas, as luzes. Isso Toronto não consegue fazer, mas para “The Boys”, que é o lado mais industrial e mais afastado da cidade, acho que ficou muito bem feito. Do ponto de vista para o elenco, acho que foi até bom não estar em Nova York, assim não tínhamos tantas distrações e conseguimos ficar focados nas filmagens.
The Boys foi escrito há mais de dez anos, prevendo muito do que está acontecendo hoje. “Gossip Girl”, de certa forma, também previu o futuro de redes sociais, a fofoca viral, já que a série foi ao ar antes dos smartphones e o Twitter/Instagram/Facebook tomarem a proporção que têm hoje. Como é para você ver que o que criaram como ficção se tornar realidade?
A gente estava um pouco à frente da curva, né? É engraçado, a gente não tinha como prever que isso não seria algo apenas daquele grupo de adolescentes na série. Nós agora estamos tendo uma segunda vida na Netflix. E há todo um novo público de adolescentes que me falam que assistiram à série. É legal ver que fizemos este trabalho. E preciso dizer que os fãs brasileiros são os melhores. Não sei o que acontece no País, mas são os fãs que mais se envolvem e acompanham as séries.
“Gossip Girl” foi um grande sucesso lá. Vocês pensam em fazer um reboot ou filme?
Pagando bem… (risos) Eu nunca descarto a possibilidade, sabe? Seria muito legal trabalhar com todos novamente, mas acho difícil juntar a banda de novo.
Bom, esperamos agora o sucesso do “The Boys” no Brasil.
Sim, eu espero que o público brasileiro goste. Eu adoro o Brasil e quero muito voltar para lá.