Frase comum dessa semana: “Vai no Back to Black?”. O festival carioca arregimenta gente de todos os cantos para ouvir boa musica (pense em Erikah Badu e Theophilus London) e ouvir bons papos entre gente da intelectualidade falando sobre a raiz africana, a nossa. Para conhecer mais do projeto, nada melhor do que falar com quem se deve. Por e-mail, Julia Otero, organizadora do festival, bateu papo com RG:
RG – Como surgiu a ideia do festival? Quantos ja foram feitos?
Julia Otero – O festival esta em sua segunda edicao. A ideia e celebrar a cultura e a raiz africana, com foco em blues, jazz, soul, samba… Diante da tranformacao dessa raiz, buscamos mostrar a mistura de varias culturas e promover encontros unicos e inusitados no palco, em shows exclusivos para o festival. Como o encontro de Arnaldo Antunes, um musico paulista super urbano, com o musico africano Toumani Diabate, um mestre da Cora (especie de harpa africana). Ou o encontro do ex-Eurythmics Dave Stewart (que vai cantar sucessos da banda) com a rapper Jamaicana Nadirah X. Tem tambem Judith Hill (backing de Michael Jackson, que se apresentaria na turne This is It), e uma violinista.. O terceiro encontro sera no domingo (29.08), juntando Frejat, Mart?nalia e Elza Soares, com Taj Mahal (lenda do blues), Vieux farka Toure, filho de Ali Farka Toure, e Lizz Wright, uma nova cantora americana que vem fazendo muito sucesso no jazz. O festival tambem busca trazer promessas ainda nao tao bombadas, como Theophilus London (queridinho do Brooklyn, membro da banda Chauffeur, ao lado de Mark Ronson), e Joya Bravo, uma grande promessa no electro soul americano.
Outra caracteristica do festival e trazer pensadores, escritores e cineastas para debaterem temas contemporaneos, trazendo assim mais conteudo para o festival. Este ano temos Mia Couto, Caca Diegues, Ruy Guerra, Vik Muniz, Rubem Cesar Fernandes (fundador do Viva Rio), Joyce Banda (vice-presidente do Malaui) e novamente Dave Stewart, considerado uma das pessoas mais criativas do ShowBiz.
RG – Qual a expectativa de publico para esta edicao?
JO – Esperamos em torno de 2000 pessoas por noite.
RG – Quem faz a curadoria do festival? Qual o eixo curatorial?
JO – A curadoria e feita por mim e minha socia, Connie Lopes.
RG – Que atracoes voce pessoalmente recomenda?
JO – Na sexta-feira (27.08), recomendo o Seun Kuti, filho do Fela Kuti (homenageado da peca Fela, que e um super sucesso na Broadway no momento). E Zakee, DJ/produtor da M.I.A. que mistura beats africanos com musica eletronica. No sabado (28/08) recomento tudo. Alguns shows acontecem no mesmo horario, entao quem nao conseguir ingresso para a Erykah Badu (que esta esgotando) nao vai ficar triste, pois no outro palco tem Theophilus London e Joya Bravo. E tem o show do Dave Stewart, que sera a grande surpresa da noite. No domingo (29.08) temos esse encontro do blues que esta de arrepiar. Vi os ensaios e fiquei emocionada! E para terminar, temos o baile do Viaduto de Madureira, que poucos conhecem no Rio. Me arrisco a dizer que, depois do Festival, ele sera invadido pela Zona Sul. E algo realmente espetacular!
RG – A musica negra e uma miscelanea de estilos. Como fazer para manter a coerencia das escalacoes?
JO – Acho que o grande lance da curadoria e nao ter medo de tomar riscos e fazer essas misturas. A ideia e mostrar a vanguarda e o tradicional. Um nao vive sem o outro.
RG – Que sensacao voce espera que o publico experimente no fim da noite?
JO – Acho que a sensacao sera de surpresa.
RG – Como faz para ir?
JO -Todas as informacoes estao no nosso site: http://www.back2blackfestival.com.br/
Yo!