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Como a Balmain ajudou mulheres em Cannes a protestar contra o racismo

O tapete vermelho do Festival de Cannes vem sendo muito utilizado para discutir questões sociais e políticas durante esta temporada. Seja de uma forma sutil, como Kristen Stewart dando um basta ao salto alto, ou escancarada, como a equipe da produção brasileira que pediu o “fim do genocídio indígena”, ativistas aproveitam o evento para passarem suas mensagens.

Na noite de quarta-feira (16), mais um protesto foi feito no red carpet, desta vez durante a exibição do filme “Burning”. Um grupo de 16 mulheres negras, lideradas pela atriz francesa Aïssa Maïga, se uniram para promover o documentário “Being Black It’s Not My Profession” (ser negro não é a minha profissão, em tradução livre).

Nos bastidores, a ação contou com um apoio de peso. Para a ocasião, Aïssa teve a ajuda de Olivier Rousteing, diretor criativo da Balmain, para vestir o grupo. O designer francês escolheu peças da coleção de inverno 2018 da label para as mulheres.

“Infelizmente, para mim é fácil reconhecer os comentários inapropriados, ignorância e discriminação que elas sofrem durante suas carreiras”, disse Rousteing em comunicado oficial da marca. Olivier é a primeira pessoa negra a assumir a direção criativa da Balmain, grife criada em 1945.

O estilista, vale pontuar, é apenas um dos dois designers negros que fazem parte do grupo LVMH – o outro é Virgil Abloh, recém nomeado diretor criativo da linha masculina da Louis Vuitton.

“Being Black…” explora a experiência na França de atrizes negras, que comumente são negadas de papéis de destaque e de interpretar personagens com profissões de prestígio.

O protesto foi apenas o primeiro passo de Aïssa em chamar atenção para questões raciais na França. Nesta quinta-feira, as 16 mulheres irão fazer parte de um fórum para discutir as dificuldades que artistas encontram em sua luta para criar um espaço inclusivo no cinema francês.

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