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O melhor da Espanha gourmet!

A Espanha está para os foodies assim como o Evereste está para os montanhistas. O país abriga oito restaurantes três estrelas Michelin, entre eles El Celler de Can Roca em Girona, considerado o melhor do mundo. Prepare seu paladar para os bares de tapas de San Sebastián, os mercados gourmet de Barcelona, Madri e Sevilha.

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Tudo isso harmonizado com os melhores vinhos da região, desde la Rioja e Ribera del Duero ao cava do Penedés. RG selecionou 14 restaurantes do local para quem viaja nestas férias! Veja abaixo:

 

1- El Celler de Can Roca

Nos últimos anos, o restaurante dos irmãos Joan (o chef), Jordi (o pâtissier) e Josep (o sommelier) Roca vem transitando entre a primeira e a segunda posição do ranking dos melhores do mundo da revista britânica Restaurant – além de ostentar três estrelas Michelin. O salão com paredes de vidro se abre para um jardim triangular e, ao centro de uma mesa, três pedras (rocas, em catalão) representam os anfitriões. A viagem gastronômica pode ser feita através de dois tipos de menus degustação. Seja qual for a opção, os passageiros devem estar preparados para uma sequência de surpresas que dura cerca de três horas. As reservas devem ser feitas pela internet. No primeiro dia de cada mês, à meia-noite (horário espanhol), é aberto um novo período de reservas para 11 meses adiante.

 

2- Rotas de tapas

Assim como no resto da Espanha, o tapeo (hábito de beliscar vários pratinhos diferentes de bar em bar) também é uma religião em Barcelona. Mas, numa cidade listada entre as mecas mundiais da gastronomia, esse estilo de vida vem com um upgrade. Gastrobares assinados por chefs famosos e bodegas (botecos rústicos que servem vinho direto do barril) hipsters fazem parte da rota das tapas mais incrementadas da capital catalã. A começar pelo Tickets (premiado com uma estrela Michelin) e a Bodega 1900, pilotados pelo chef Albert Adrià – que, ao lado de seu irmão Ferran, esteve à frente do lendário restaurante elBulli, fechado em 2011. Outros endereços consagrados na cidade incluem a Taverna del Suculent (Rambla del Raval, 39), uma parceria entre o chef Toni Romero e o famoso Carles Abellán, que também mantém o seu disputadíssimo Tapas 24 (Carrer de la Diputació, 269). Outros lugares indispensáveis são o Cal Pep (Plaça de les Olles), o Bar Cañete (Carrer de la Unió, 17) e o Quimet Quimet (Carrer del Poeta Cabanyes, 25), um dos lugares favoritos dos irmãos Adrià e de vários outros cozinheiros renomados na hora de um vermute – o aperitivo sagrado da happy hour em Barcelona.

 

 3 – Bilbao, Circuito dos pintxos

Assim como San Sebastián, Bilbao também tem a sua rota de pintxos  – as tapas em estilo basco – só que em menor escala, com menos turistas e a preços mais apetitosos. O tapeo  se divide em duas regiões principais. Nos arredores da Diputación (a administração regional), onde as tapas e o ambiente são mais incrementados, não perca o La Viña del Ensanche e o Bilbao Berria (bilbaoberria.es). No Casco Viejo (centro antigo), onde estão os bares mais rústicos, prove o La Olla de la Plaza Nueva (laolladelaplazanueva.es) e o SorginZulo (sorginzulo.com).

 

4 – Paella em Valência

A origem do prato que carrega o estandarte da cozinha espanhola remonta ao século 18 e à região de Albufera (onde é produzido o arroz), na Comunidade Valenciana. Como a zona era escassa em carne vermelha, a receita original – conhecida como paella valenciana – leva frango e coelho. Ao longo dos séculos, diversas variações foram surgindo na Espanha, conforme os ingredientes de cada região. Mas foi a de frutos do mar, com lula, camarão, lagostim, mexilhão, amêijoas e outras iguarias, que ficou mundialmente famosa. O vilarejo de El Palmar, no berço da tradição (na Albufera), é o lugar mais idôneo para provar direto da fonte. Mas também há grandes restaurantes em Valência, como o Casa Carmela e a Arroceria Duna (Paseo Pintor Francisco Lozano, módulo3, s/n). A tradição é comer paella no almoço, de preferência em um dia de sol (os restaurantes especializados mais puristas fecham à noite).

5 – Sant Antoni e Poble Sec

Nos últimos anos, uma conjunção de fatores fez com que uma nova área de badalação gastronômica brotasse em Barcelona, entre os bairros – antes pacatos e majoritariamente residenciais – de Sant Antoni e Poble Sec. Em primeiro lugar, a região foi adotada pelos chefs mais famosos do país, Albert e Ferran, que ergueram ali “O Bairro Adrià” (elbarriadria.com), um pequeno império com seus cinco restaurantes e bares de tapas, entre eles os estrelados Tickets, Pakta e Hoja Santa. Também fez uma baita diferença a reforma da avenida Paral-lel (fronteira entre Sant Antoni e Poble Sec), que ganhou calçadas e ciclovias mais amplas. Mas o melhor está por vir. Na reta final de uma reforma que teve início em 2009, o Mercat de Sant Antoni será o maior e mais espetacular centro gastronômico da cidade. Enquanto isso, os habituês do pedaço se divertem nos bares de tapas baratas da Carrer Blai (Poble Sec) e nos redutos hipsters da Carrer Parlament (Sant Antoni) e seus respectivos arredores. 
Local: Barcelona, Catalunha
Endereço: metrô Poble Sec

 

6 – Mugaritz

Considerado o segundo melhor chef espanhol pela revista Restaurant depois de Joan Roca, Andoni Luiz Aduriz foi pupilo de Juan Mari Arzak e Martín Berasategui (de cujo restaurante foi chef) e é tido como um dos cozinheiros mais harmônicos e criativos do momento, servindo de inspiração para gente como o brasileiro Alex Atala, de quem é amigo. A dez quilômetros do centro de San Sebastián, o Mugaritz funciona num casarão de pedras e vidro que teve de ser totalmente reconstruído após um incêndio fulminante em 2010. Escolha um dos menus degustação e prepare-se para decolar, com uma cozinha fortemente vinculada à natureza e à paisagem do País Basco.

 

7 – Heart
O que acontece quando os cozinheiros mais inovadores decidem unir forças com a companhia de circo mais bem sucedida do planeta? “Uma colisão criativa entre comida, música e arte”, Heart é a mais recente invenção dos chefs Albert e Ferran Adrià em parceria com Guy Laliberté, o fundador do Cirque du Soleil. Instalado num hotel de luxo no centro de Ibiza, o lugar propõe uma Live Dinner Experience para a temporada de 2016 (o conceito muda a cada ano), a um preço fixo. A noite acontece em atos e começa com um aperitivo ao ar livre em clima de mercadinho de street food. O segundo passo é o jantar em si, embalado por performances artísticas em segundo plano. A terceira etapa é o grande espetáculo da noite, seguido de uma balada propriamente dita – porque, afinal de contas, estamos em Ibiza.

8 – Platea

Inaugurado em 2014, o autoproclamado “maior centro de ócio gastronômico da Europa” é um gigante de seis mil metros quadrados instalado em um edifício onde, originalmente, funcionou o cinema Carlos III. Com uma reforma que custou € 60 milhões, o lugar ganhou um mix de restaurantes e bares, além de um espaço para shows. Com pé direito vertiginoso e muito brilho, abriga um restaurante do premiado chef Ramón Freixa (Arriba), e o ambicioso Sinergias United Chefs, com ênfase nos frutos do mar, comandado por um trio de cozinheiros estrelados: Paco Roncero, Marcos Morán e Pepe Solla. Entre outras delícias grifadas, o complexo inclui um bar de coquetéis assinado pelo argentino Diego Cabrera (o barman do famoso Le Cabrera) e uma filial da pâtisserie Mamá Framboise, do pâtissier Alejandro Montes.

 

9 – Mercado de San Agustín

A 100 metros da Plaza Zocodover, no Centro Histórico de Toledo, é um dos mais espetaculares exemplares da nova leva de mercados gourmet que invadiram a Espanha nos últimos anos. Tem 23 postos de venda de produtos frescos e artesanais – frutas, verduras, sorvetes, doces, queijos, café e flores. Também conta como uma seleção de gastrobares (de tapas, de comidinhas italianas e de sushi), uma cervejaria, uma marisqueria, uma hamburgueria e um espaço para demonstrações culinárias (showcooking). No andar superior, a terraza está equipada com uma coquetelaria e decorada com intervenções do coletivo Boa Mistura, um grupo de grafiteiros de Madri que tem trabalhos na Alemanha, no Brasil e na África do Sul, entre muitos outros lugares. O edifício está repleto de luz natural e de transparências, e tem um belíssimo jardim vertical em seu interior.

10 – Restaurante Quique Dacosta

Um dos chefs mais influentes e vanguardistas do mundo, Quique Dacosta ostenta três estrelas Michelin pela casa que leva o seu nome. Afastado da rota turística clássica, o restaurante fica em Dénia, 100 quilômetros ao sul de Valência. Quique ganhou notoriedade por reinterpretar a cozinha valenciana (arraigada nos pratos de arroz e nos frutos do mar) nos anos 1990, evoluiu para uma cozinha radical inspirada nas artes (as Ostras Guggenheim, que reproduzem o museu projetado por Frank Gehry em Bilbao é um de seus ícones) e encontrou a maturidade num estilo “sem fronteiras”, mas muito fiel às raízes e ao terroir. O Mediterrâneo é sua maior inspiração – não apenas como fonte de ingredientes, mas como paisagem, traduzida na apresentação de seus pratos, repletos de elementos da natureza.

11- Mercado Lonja del Barranco

Projetado por Gustave Eiffel (responsável pela torre mais famosa do mundo, em Paris), o mercado mais bacana de Sevilha foi construído na segunda metade do século 19. Restaurada recentemente, a delicada estrutura de ferro art nouveau se transformou num grande espaço para celebrar o bom da vida, com 20 espaços de degustação – de cervejas, xerez, tapas, ostras etc. Um dos nomes por trás do investimento de mais de € 2 milhões é o de Francisco Rivera, um dos toureiros mais famosos da Espanha.

 

12- El Nacional

Este novo e ambicioso complexo gastronômico ocupa um magnífico edifício modernista com decoração inspirada na Barcelona do início do século passado. Num espaço de 2.400 metros quadrados, há quatro bares  – de cervejas, de vinhos, de ostras com espumante e de coquetéis – e quatro restaurantes. O La Paradeta é um café que serve pratos leves; na Taperia estão as tapas; La Llotja é especializado em peixes e frutos do mar; e a Braseria capricha nos cortes de carne.

 

13 – Rota dos vinhos

Além de ser a principal região vitivinicultora da Espanha, La Rioja ganhou fama nos últimos anos por suas vinícolas de design vanguardista, que revolucionaram a paisagem bucólica da região. Logroño, a capital riojana, pode ser um bom ponto de partida para um roteiro de enoturismo e arquitetura, com primeira parada no povoado de Elciego. Ali fica a célebre vinícola Marqués de Riscal, coroada por um hotel projetado pelo arquiteto canadense Frank Gehry (o mesmo do museu Guggenheim de Bilbao). Oito quilômetros adiante, a linda Laguardia surge no horizonte, com seu centro histórico medieval contrastando com o visual da bodega Ysios, obra de Santiago Calatrava (o mesmo da Cidade das Artes e das Ciências de Valência).  Seguindo por mais 25 quilômetros chega-se a Haro, endereço da Lopez de Heredia Viña Tondonia. Sua boutique de vinhos em forma de decanter foi projetada pela arquiteta iraquiana Zaha Hadid (falecida em março 2016), a primeira mulher a receber o prêmio Pritzker (o Nobel da arquitetura).

 

14 – Sant Sadurni D’Anoia

É a cidade do cava, o champanhe catalão, onde ficam as grandes vinícolas Freixenet (freixenet.com) e Codorníu (codorniu.es), entre muitas outras, que podem ser visitadas com agendamento prévio. Para fazer um bate e volta desde Barcelona, pegue o trem de cercanias (redondezas) da linha R4 nas estações de Sants, Plaça Catalunya ou Arc de Triomf, direção Sant Vicenç de Calders. A viagem dura 45 minutos.

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